Ondjiva – A classe empresarial da província do Cunene manifestou esta quinta-feira “satisfação” com a proposta de Programa de Governo do MPLA, apresentado no quadro da campanha para as eleições de 24 deste mês , que tem como um dos focos o reforço de financiamentos e acesso ao micro-crédito.
À margem do encontro, alguns empresários coincidiram em afirmar hoje à ANGOP que a vertente económica do programa daquele partido estimula os empresários para o investimento privado e diversificação da economia.
Na opinião de Ailonga Passukeni, a linha económica é incentivadora, por estimular a prática da agricultura em grande escala, o combate à fome, principalmente no Sul do país, afectado, nos últimos anos, pela escassez de alimentos.
Lembrou que o Cunene tem potencial para o fomento da agricultura e criação de gado bovino, que deve ser aproveitado com aplicação de mais investimentos, nos próximos cinco anos.
Por sua vez, Mário Kapunda manifestou satisfação pelo facto de o programa do MPLA, liderado por João Lourenço, ter perspectivas de potenciar a classe empresarial, reforçar o financiamento, entre outras políticas que visam atrair mais investimentos.
Acesso ao micro-crédito
O coordenador em exercício do grupo de divulgação do Programa de Governo do MPLA na vertente económica, Orlando Kamati, indicou que o seu partido pretende aumentar o volume de micro-créditos aos empresários de pequenas e médias empresas, no âmbito da diversificação da economia.
Destacou, igualmente, a dinamização da produção de bens essenciais para o consumo, como trigo, milho, soja e arroz, numa extensão de dois milhões de hectares nas 18 províncias de Angola.
Estas linhas de financiamento, acrescentou, garantem uma boa oportunidade para a classe empresarial local, que tem todas as condições de apostar na agricultura nas margens do rio Cunene e ao longo do canal do Cafu, construído recentemente pelo executivo que cessa funções.
Programa do MPLA
O Proposta de Programa de Governo do MPLA 2022-2027, estruturado em sete eixos fundamentais, prevê, entre outras acções, a promoção da estabilidade
macroeconómica e a diversificação da economia do país, com incentivos ao empresariado nacional e captação de mais investimentos.
Propõe-se, também, a promover o desenvolvimento equilibrado e harmonioso do território, reduzir a desigualdade social, erradicar a fome e a pobreza extrema, promover a igualdade do género e solucionar os desafios multidimensionais e transversais à elevação da qualidade de vida das populações, entre outras acções.
Para as eleições de dia 24 estão inscritas, no Cunene, 430 mil 899 eleitores, que vão votar em 644 assembleias e 925 mesas, segundo dados da Comissão Provincial Eleitoral (CPE).
No geral, para o sufrágio estão registados 14 milhões, 399 eleitores, dos quais 22.560 no estrangeiro.
Concorrem ao pleito eleitoral o MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PRS, APN, PHA, P-NJANGO (esses dois últimos pela primeira vez) e a coligação de partidos políticos CASA-CE.