Huambo – O mercado informal da Quissala “vulgo Alemanha”, na periferia da cidade do Huambo, é, até agora, o local de maior interesse dos concorrentes às eleições gerais, com o foco na “caça” ao voto.
No mercado, considerado o maior a céu aberto desta região do Planalto Central, foram apresentados todos os programas de governação para o quinquénio 2022-2027, das oito forças políticas concorrentes ao pleito de 24 deste mês (MPLA, UNITA, PRS, FNLA, APN, P-NJANGO, PHA e CASA-CE), caso ganhem as eleições .
No local, os cabos eleitorais procederam, separadamente, à apresentação dos programas de governação e distribuíram materiais de propaganda aos vendedores, compradores, taxistas e moto-taxistas “vulgo Kupapatas”, que diariamente se deslocam ao mercado.
Promessas de implementação de acções que visam “dignificar as zungueiras”, com créditos para aumentar o negócio e a inserção dos vendedores no sistema de protecção social do Instituto Nacional de Segurança Social, com o foco na reforma, constam das várias mensagens transmitidas pela maioria dos concorrentes, que passaram no referido mercado informal .
Prometeram, igualmente, em caso de vitória, requalificar o mercado para conferir maior “dignidade aos vendedores ambulantes e de bancadas”.
Este mercado foi criado em 2006, aquando do Mundial de Futebol na Alemanha, em que Angola participou pela primeira vez.
Com uma área de 110 hectares, regista uma movimentação diária de mais de 15 mil pessoas e conta com mais de oito mil vendedores.
Reacções dos vendedores
Em declarações à ANGOP, alguns vendedores, expectantes com o dia da votação, afirmaram que a presença de todos os concorrentes às eleições gerais no mercado confirma a importância do local, tanto do ponto de vista económico, como do ponto de vista social e político.
Os comerciantes esperam que o pleito eleitoral decorra num clima pacífico e ordeiro, para a consolidação da democracia.
Guilhermina António, de 19 anos, disse estar preparada para , exercer, pela primeira vez, o seu direito de voto, principalmente depois de ter mantido contacto com todas as forças políticas concorrentes.
“Estou suficientemente preparada para votar no partido que me convenceu”, disse.
Por sua vez, Castro Sandombongo, vendedor de peças de viaturas, que votará pela quinta vez, afirmou ser “uma experiência que carrega desde as eleições de 1992”, ao manter contacto com os programas de governação de todos os concorrentes.
“Prometeram, na sua maioria, implementar acções capazes de dignificar as condições de vida dos vendedores, com o acesso ao crédito bancário, inserção no sistema de segurança social, requalificação do mercado e outros projectos, por isso, enquanto comerciante espero que estes programas sejam realistas e exequíveis”, augurou.
Mário Fonseca, de 20 anos, referiu estar sensibilizado sobre a necessidade de votar com responsabilidade e de forma ordeira, evitando envolvimento em “arruaças” (…).
Disse esperar que as eleições decorram num clima de paz e tranquilidade.
Huambo tem disponíveis mil e 15 assembleias e mil 973 mesas de voto, onde são esperados um milhão, 103 mil 828 eleitores.
Trata-se das quintas eleições gerais na história de Angola, depois de 1992, 2008, 2012 e 2017.
Para o sufrágio de 24 deste mês, estão habilitados a votar 14 milhões 399 mil eleitores, dos quais 22 mil e 560 residentes no estrangeiro. A votação no exterior, a primeira na história do país, terá lugar em 25 cidades de 12 países.