Luanda – A Comissão Nacional Eleitoral (CNE) iniciou, esta quarta-feira, em Luanda, a entrega das credencias dos delegados de lista às eleições gerais de 24 do corrente mês.
Numa cerimónia simbolica, que teve lugar na sede da CNE, o seu presidente, Manuel Pereira da Silva, entregou as credenciais dos delegados de lista, para o município de Luanda, dos oito concorrentes às eleições.
A partir desta cerimónia, actos idênticos terão lugar em todos os municípios do país.
Em declarações à imprensa, o porta-voz da CNE, Lucas Quilundo, destacou o simbolismo do acto, que considerou bastante representativo.
Salientou que os delegados de lista não são agentes eleitorais, mas têm uma grande responsabilidade, no quadro do processo de fiscalização das eleições, que vai desde a abertura das urnas, o processo de votação, a contagem dos votos, a elaboração das actas, a apresentação de possíveis reclamações, até a assinatura das actas do escrutinio e o direito de obter uma cópia da mesma, conforme a lei determina.
Segundo Lucas Quilundo, os delegados de lista desempenham um papel crucial, no quadro do processo de credibilização das eleições, bem como para assegurar a própria integridade do processo.
Lucas Quilundo ressaltou o facto de terem sido inscritos, a nível nacional, um total de 276 mil 641 delegados de lista, sendo pelo MPLA 52 mil 517, pela UNITA 51 mil 620, CASA-CE 33 mil 221, PRS 29 mil 534, FNLA 34 mil 331, PHA 28 mil 580, P-NJANGO 16 mil 868 e APN 29 mil 970.
Fez um apelo aos eleitores para que continuem a adoptar uma conduta cívica aceitável, devendo evitar todo o tipo de comportamento que o ponha em causa o processo.
Reacção dos partidos políticos
O mandatário da UNITA, Horácio Junjuvili, saudou o acto, por ajudar a credibilizar o processo, mas realçou a necessidade de publicação das listas dos eleitores, por cada assembleia de voto.
De igual modo, o mandatário da CASA-CE, Carlos Jacinto, salientou a importância do passo dado pela CNE, uma vez que a lei prevê que que o mesmo seja feito até 10 dias antes das eleições.
O mandatário do PHA, Simba Luwawa, ressaltou o facto de se ter cumprido, claramente, o que estipula a lei, mas recordou que a CNE deve igualmente cumprir com o quisioto da publicação da lista dos eleitores por mesa.
Por seu turno, o mandatário da APN, Tiago Soares, considerou ter sido um passo “gigantesco”, por ser mais um elemento para credibilizar o processo, acrescentando que ainda existe tempo para se corrigir eventuais erros e omissões.
Roberto Soki, da FNLA, referiu que, em princípio, o partido está pronto para a fiscalização das eleições, em todo o território nacional.
Por sua vez, Pedro Neto, do MPLA, salientou o facto do seu partido ter conseguido inscrever um delegado e um suplente para cada mesa de voto, sendo que o trabalho dos mesmo contribui para evitar algumas das suspeitas que, de modo geral, são levantadas neste processo.
Pedro Neto disse ainda que o êxito do trabalho depende muito, também, do profissionalismo dos delegados de lista.
Concorrem às eleições gerais do dia 24 deste mês os partidos MPLA, UNITA, PRS, FNLA, PHA, APN e P-NJANGO e a coligação CASA-CE.
Estão registados 14 milhões 399 mil eleitores, dos quais 22 mil 560 residem no estrangeiro, sendo a primeira vez que há votação no exterior.
