Luanda – O embaixador da República da China em Angola, Zhang Bin, manifestou, esta sexta-feira, a disposição dos dois países elevarem a cooperação para outros patamares pelos resultados positivos por ela produzidos.
Zhang Bin, que falava em conferência de imprensa para um balanço da visita do Presidente angolano, João Lourenço, à República da Popular da China, de 14 a 17 do corrente, salientou que a cooperação entre os dois países ao longo destes anos trouxe verdadeiros resultados.
Na sua intervenção, saudou os ganhos da visita do Presidente João Lourenço que permitiram a elevação da cooperação para uma Parceria Estratégica Global e, com isso tornando-a mais abrangente.
Frisou que nesta nova etapa, a par da cooperação económica e comercial, será dada maior abertura a uma cooperação intercultural e interpessoal.
Apesar de não abordar números, acrescentou que a dívida de Angola para com a China é transparente e realçou a necessidade de qualquer país que queira desenvolver-se ter de contrair dívida para fazer investimentos.
No entanto, disse que a parte chinesa tem levado em conta, muitas vezes, as dificuldades dos seus parceiros e, de modo conjunto, buscado formas para que possam ser ultrapassados os constrangimentos.
Em missão em Angola desde Fevereiro deste ano, o embaixador Zhang Bin frisou o princípio da não interferência e da livre escolha dos parceiros de cooperação como base das relações do seu país com outros estados.
Daí considerar que Angola é livre em aprofundar igualmente a sua cooperação com os Estados Unidos da América (EUA) ou outro país, sendo que o seu país não se sente incomodado.
Argumentou que a escolha de um parceiro de cooperação é um direito de cada Estado, neste caso angolano, e ninguém deve interferir, “mas também ficamos contentes pelo facto de outras grandes nações aumentarem os seus investimentos para o desenvolvimento do continente africano”.
Reforçou que, no quadro da visita, os dois estadistas enfatizaram, por isso mesmo, o princípio da não interferência nos assuntos internos de cada Estado.
Fazendo uma abordagem sobre o papel privado no domínio da cooperação, o diplomata referiu que cerca de dois (2) biliões de dólares em investimentos directo da China em Angola são provenientes do sector ou empresas privadas.
Com isso, argumentou, perto de 70 porcento do investimento directo chinês é feito pelas empresas privadas.
Para o diplomata, as empresas do seu país devem, cada vez mais, aumentar a proporção de trabalhadores locais, apesar de muitas vezes a questão técnica ser um factor determinante.
Ressaltou que a formação técnico-profissional será um dos importantes passos a desenvolver nos próximos tempos.
Deu a conhecer que um grande número de instituições afins manifestaram já a intenção de instalarem-se em Angola para fomentar a capacitação de quadros nacionais.
Esta nação asiática dá uma grande importância à qualidade dos projectos executados no quadro da cooperação, sobretudo para se evitar que “forças externas” tentem aproveitar para difamar as relações amistosas entre China e África, desabafou.
“Isso não quer dizer que muitas vezes não possam existir um ou outro problema, que são próprios, porém, o mais importante é a resolução destas questões pontuais”, argumentou.
Já em relação às possíveis violações às leis laborais angolanas, que eventualmente possam ser cometidas por empresas chinesas, o diplomata frisou que as autoridades do seu país apoiam as acções dos governos locais no sentido de punir os crimes e violações por parte das mesmas. SC