Luanda – O representante permanente de Angola junto das Nações Unidas, Francisco da Cruz, advogou esta terça-feira, em Nova Iorque, a necessidade urgente de se alinhar a parceria UA-ONU com prioridades globais mais amplas, incluindo as delineadas no Pacto para o Futuro.
O diplomata angolano falava num encontro entre o Grupo Africano e o Secretário-Geral da ONU, António Guterres, ocorrido na Missão de Observação Permanente da União Africana junto das Nações Unidas.
O momento serviu para interacção antes da 38ª Sessão Ordinária da Cimeira de Chefes de Estado e de Governo da União Africana, prevista para os dias 15 e 16 do mês em curso, em Addis Abeba, Etiópia, na qual Angola assume a presidência da organização.
O diplomata Francisco da Cruz destacou o envolvimento activo de África no processo preparatório para a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4) e as reformas das Instituições Financeiras Internacionais (IFIs), realçando as graves lacunas de financiamento que o continente enfrenta, para alcançar a Agenda 2030 da ONU para o Desenvolvimento Sustentável e a Agenda 2063 da UA.
Neste contexto, sublinhou que a Quarta Conferência Internacional sobre Financiamento para o Desenvolvimento (FFD4) representa uma oportunidade única para garantir que as necessidades de financiamento de África, particularmente para o desenvolvimento sustentável e alívio da dívida, sejam priorizadas e atendidas.
Quanto à reforma das Instituições Financeiras Internacionais (IFIs), enfatizou a necessidade de se conceder a África uma voz mais justa na governação financeira global e garantir um acesso equitativo aos recursos financeiros.
Referindo-se à reforma do Conselho de Segurança da ONU, salientou que continua a ser uma prioridade central para África, reafirmando o compromisso com o Consenso de Ezulwini e a Declaração de Syrte, que prevê dois assentos permanentes e três não permanentes adicionais para o continente africano.
Ao longo da sua intervenção, o diplomata enalteceu a aprovação da resolução 2719 (2023) da ONU, para financiamento adequado, previsível e sustentável das Operações de Apoio à Paz (OAP) da UA, que, segundo afirmou, fortalecerá ainda mais a parceria estratégica entre a ONU e a UA em matéria de paz e segurança.
Reiterou o compromisso de Angola em continuar a colaborar com a ONU nos esforços diplomáticos para encontrar soluções pacíficas, sustentáveis e inclusivas para crises, particularmente em África.FMA/ART