Luanda - Aspectos relacionados ao orçamento da Conferência Internacional sobre a Região dos Grandes Lagos (CIRGL), secretariado e sua liderança foram aflorados, esta terça-feira, num encontro dos ministros das Relações Exteriores dos países membros.
A reunião decorreu por vídeo-conferência, a partir de Brazzaville, República do Congo, tendo Angola sido representada por uma delegação encabeçada pelo titular da pasta das Relações Exteriores, Téte António.
Também preparatório a cimeira dos chefes de Estado e de Governo da região, o encontro abordou igualmente o projecto de declaração final da referida cimeira, prevista para o dia 20 deste mês.
No final, o governante angolano referiu que o orçamento avaliado em 10 milhões de dólares norte-americano, para biénio 2020/2021, não satisfaz as pretensões da região, salientando a necessidade de se ter consciência dos meios existentes para a resolução dos inúmeros problemas.
Para o ministro, a região dos grandes lagos é bastante rica em termos de recursos naturais, mas é preciso transformar as potencialidades em oportunidades.
Sublinhou que tem sido um problema nesta zona a questão da exploração ilícita dos recursos, tendo avançado a existência de um programa para o efeito, o qual visa essencialmente as populações da região, para que usufruam deste potencial.
Téte António fez saber que o país defende que a CIRGL siga o exemplo de outras organizações, com a contribuição dos Estados no cumprimento das normas adoptadas, uma vez que apenas Angola e o Quénia têm as quotas em dia.
Quanto a rotatividade na presidência da CIRGL, disse que face a situação interna do Sudão, que não oferecia condições de continuar na liderança, a República do Congo teve de o fazer, mas neste momento é preciso ver como vai se conduzir a organização numa altura em que precisa ter um secretário executivo.
“Também defendemos a mobilização de recursos, no sentido de a CIRGL ser atractiva e trazer recursos extra-orçamentais”, concluiu.
São membros da CIRGL, além de Angola, Burundi, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Rwanda, Uganda, Zâmbia, Quénia e República do Congo, este último preside a organização.