Huambo – Apesar dos reiterados apelos para adesão aos Balcões Únicos de Atendimento ao Público (BUAP), alguns cidadãos no Huambo podem ficar sem actualização dos dados eleitorais, por negligência, soube a ANGOP no último dia da prorrogação.
A decorrer desde Setembro de 2021, o processo de registo eleitoral presencial e oficioso no país, tinha, inicialmente, como prazo de término o dia 31 de Março último, tendo sido prorrogado por mais sete dias pelo Presidente da República, João Lourenço.
Com um abrandamento no princípio da prorrogação, os BUAP voltaram a registar, nos últimos dois dias, enchentes de cidadãos ávidos em actualizar os dados eleitorais, na perspectiva de poderem participar nas próximas eleições gerais.
O director do Gabinete dos Registos e Modernização Administrativa na província do Huambo, Abel Lucamba, disse à imprensa que, até ao momento, mais de 430 mil actualizaram os dados eleitorais, de um total de 458 mil 23 previstos.
Segundo o responsável, o processo de decorre a bom ritmo, pois haviam sido criadas condições técnicas, administrativas e humanas para que o mesmo decorresse com dinamismo e celeridade, permitindo o alcance do número previsto.
“Espantou-nos o facto de nos primeiros dias da prorrogação ter-se assistido uma fraca de adesão dos cidadãos aos BUAP, contrariamente às enchentes registadas no final de Março”, enfatizou.
Declarou que a enchente que se regista nesta quinta-feira, último dia da prorrogação, ao contrário da fraca adesão nos dias anteriores, revela outras razões alheias ao processo, que têm impedido os cidadãos de irem aos BUAP, fazendo com que os mesmos fiquem sem actualização dos dados eleitorais.
Sem mais detalhes, aventou a possibilidade de algumas crenças religiosas, tal como nos processos anteriores, estarem por detrás desta situação.
Entretanto, assegurou que os BUAP, a nível da província, vão funcionar neste último dia do processo, para lá do período normal, no sentido de permitir o registo de mais cidadãos e atingir a meta estimada.
Apesar disso, o responsável disse estarem criadas as condições para o alcance, neste último dia da prorrogação, dos resultados esperados (458 mil 23 cidadãos), visto que, para além dos 40 postos fixos, o processo conta ainda com mais de 40 equipas móveis, distribuídas pelos 11 municípios.
Zonas de difícil acesso já abrangidas
Abel Lucamba confirmou ter sido já concluído o registo eleitoral em todas as zonas de difícil acesso da província, uma acção que contou com o apoio de meios aéreos e que permitiu a chegada das equipas com maior celeridade nestas localidades.
Trata-se, entre outras, das aldeias de Sassoma, Lumue, Lonundo, Essandjo, Canju e Calueque, nas imediações do Morro do Moco, no município do Londuimbali, que devido ao estado avançado de degradação das estradas, foi necessário fazer recurso aos meios aéreos disponibilizados pela Força Aérea Nacional.
Sem precisar do número de cidadãos registados nestas localidades, Abel Lucamba considerou positivo o andamento do processo de registos nestas áreas, ao referir que a principal prioridade foi dada aos cidadãos que não participaram nas eleições anteriores, mas que completaram ou completarão 18 anos até finais de Dezembro.
Nas últimas eleições gerais, realizadas a 23 de Agosto de 2017, a província do Huambo contou com uma população eleitoral de 783 mil 196 eleitores.
Localizada no Planalto Central de Angola, tem uma população estimada em mais de dois milhões 600 mil habitantes, distribuídos pelos municípios do Bailundo, Caála, Cachiungo, Chicala-Cholohanga, Chinjenje, Ecunha, Huambo, Londuimbali, Longonjo, Mungo e Ucuma.
