Benguela – Os cidadãos que insistirem em efectuar chamadas abusivas para o terminal 111, do Centro Integrado de Segurança Pública (CISP), na província de Benguela, terão os seus números bloqueados, a partir de Setembro próximo, soube hoje a Angop.
A informação foi avançada, esta segunda-feira, pelo comandante da Polícia Nacional na província de Benguela, comissário Aristófanes dos Santos, no balanço da visita de constatação da realidade do sector nos municípios do Cubal e da Ganda.
Segundo Aristófanes dos Santos, o CISP em Benguela regista diariamente uma média de cinco mil chamadas, das quais apenas 50 são válidas, do ponto de vista da segurança pública, considerando as restantes de "abusivas".
Com a recente aprovação implementação da segunda fase do CISP, doravante, explicou, os cidadãos que insistirem em práticas de ocupação da linha, para insultar os funcionários em serviço, terão os seus números de telemóvel bloqueados e serão responsabilizados nos termos da lei.
Por outro lado, o responsável fez saber que os bairros periféricos, sobretudo da zona litoral, estão a beneficiar de destacamentos modernos da PN, equipados com alta tecnologia acoplada com sistemas de videovigilância, no sentido de auxiliar todo o trabalho operativo desenvolvido pelos serviços de defesa e segurança.
Disse já estarem instalados quatro destacamentos, nos municípios da Catumbela e de Benguela, aumentando a expectativa no combate à criminalidade, tendo em conta a melhoria na rapidez da actuação policial.
Segundo explicou, a escolha da instalação de destacamentos, em alguns bairros considerados problemáticos, resulta de um estudo realizado, que definiu que 80 por cento dos crimes ocorrem maioritariamente nas zonas periféricas, devido a falta de energia e iluminação pública, difícil acesso, entre outros factores.
Aristófanes dos Santos aproveitou a oportunidade para exortar a população a não ficar estática e continuar a colaborar com a PN, através de denúncias, porque os crimes cometidos na via pública são praticados por indivíduos com famílias.
Intolerância política no Cubal
O município do Cubal tem registado, nos últimos tempos, um aumento de casos de intolerância política, informou o comandante provincial da PN, sem revelar números, tendo adiantado que as autoridades têm o controlo da situação e acções concretas são realizadas, para se inverter o actual quadro.
Entre os actos de intolerância mais frequentes, realce para as agressões físicas, queima de bandeiras, de comités dos partidos e de residências de militantes, envolvendo principalmente militantes do MPLA e da UNITA.
Considerou que tais actos podem ser ultrapassados, através de diálogo permanente, entre líderes políticos e a sensibilização contínua da população.
Aristófanes dos Santos adiantou que as zonas da Capupa e da Yambala, no município do Cubal, são as que mais registam tais práticas.
Salientou que a corporação tem dialogado com os líderes partidários na província, na perpsectiva dos desafios políticos que se aproximam.
Por seu lado, o administrador municipal do Cubal, Paulino Banja, referiu que tais situações são recorrentes e começam, muitas vezes, no seio familiar, desembocando em intolerância política, e frisou que existem aldeias em que os cidadãos são obrigados a abandonar as suas residências, para se refugiarem em outras, por motivos de segurança.
Durante a sua visita ao interior da província, Aristófanes dos Santos constatou o nível de execução das obras de construção dos postos policiais, no âmbito do Plano Integrado de Intervenção dos Municípios (PIIM), manteve encontros com as autoridades locais e presidiu a cerimónia de patenteamento de efectivos dos comandos municipais do Caimbambo, do Cubal e da Ganda.
A jornada de trabalho prossegue esta semana nos municípios do Lobito, Bocoio e Balombo.
