Ramiros - Vários cidadãos que utilizam a Estrada Nacional (EN) 100 Sul, para o transporte de mercadorias e passageiros, foram unânimes em apontar a livre circulação de pessoas e bens como um dos principais ganhos da paz que o país vive há 21 anos.
Em declarações à ANGOP, a propósito do Dia da Paz e Reconciliação Nacional, a assinalar-se a 4 de Abril, os entrevistados destacaram, igualmente, a reconstrução de várias infra-estruturas de carácter social e económico.
No quadro da livre circulação de pessoas e bens, o vendedor de cabeças de gado bovino no matadouro do Songo, Jamba Segunda, realçou a circulação do comboio que, para si, trouxe muitos benefícios aos comerciantes e à população.
O comerciante disse que actualmente, no transporte do gado, da Huíla para Luanda, por via rodoviária, paga-se no frete de um caminhão, com cerca de dez bois, cerca de 700 mil kwanzas, numa viagem de uma dia e meio.
Jamba Segunda disse ter havido uma melhoria, pois antes da paz desembolsava-se mais de um milhão de kwanzas, com mais tempo de viagem e muitos riscos durante o trajecto.
Já a comerciante de peixe seco, Bela Augusta, encorajou o Governo angolano
a prosseguir com a reabilitação de estradas e pontes, por estar a trazer "enormes benefícios", à população, tendo particularizado as do Huambo, Cuanza Sul, Huíla, Cuanda Cubango e Cunene.
Trata-se de províncias que beneficiam directamente da EN 100, no sentido sul do país, tendo como principais produtos para venda gados bovino, caprino, suino, galinhas, repolho, couve, tomate, alface, alho e cebola.
Também utente da EN 100, o cidadão namibiana, Jilsom Kavanda, que faz fretes de mercadoria diversa, a partir Windhoek, sublimhou a busca da paz, em Angola.
Jilsom Kavanda referiu que faz o trajecto Windhoek/Luanda várias vezes ao ano na companhia de um ajudante, de dia e noite, sem constrangimentos, o que considera um ganho da paz.
Residente no Grafanil-Bar, Luanda, a estudante Maria Madalena que optou em viajar num autocarro de uma operadora privada de transporte, disse que paga 15 kwanzas de Luanda para o Huambo.
Para o sociólogo Abel Chico, a paz diminui a mendicidade nas várias cidades angolanas e trouxe maior tranquilidade, num esforço conjunto do Executivo, com o apoio da sociedade angolana.
Para Abel Chico são visíveis as conquistas em todos os sectores, entre os quais saúde, educação e infra-estruturas. "A paz constrói-se com sacrifícios, atitudes e gestos, disse o sociólogo.
Segundo a fonte, a paz é traduzida em poder viajar e realizar trocas comerciais nos diferentes pontos das 18 províncias do país.
Para a economista Sandra Macedo, os meios de transportes “são de capital importância na correcção das assimetrias regionais, no estímulo às actividades económicas e no intercâmbio cultural, económico e social entre regiões”. JG/AL