Ondjiva - A melhoria das condições e dignidade dos antigos combatentes e veteranos da pátria consta das prioridades do Executivo, disse hoje, quarta-feira, em Ondjiva, o governador em exercício do Cunene, Apolo Ndinoulenga.
Intervindo no acto provincial do 4 de Janeiro, Dia dos Mártires da Repressão Colonial da Baixa de Cassange, Apolo Ndinoulenga informou que o governo está a desenvolver vários programas para a valorização e reintegração socioeconómica dos antigos combatentes.
"Resolver as necessidades básicas desta franja está nas prioridades, visando a dignidade da sua condição social e das famílias, sendo uma forma de valorizar o contributo que deram em prol da liberdade do país”, disse.
Para si, as ocorrências da Baixa de Cassanje foram uma demonstração clara de coragem e determinação dos guerreiros camponeses que reivindicavam a justa dignidade dos angolanos, oprimidos na altura.
Apolo Ndinoulenga considerou a data como uma das mais importantes do país, por contribuir para o despertar da consciência patriótica e nacionalista dos angolanos, abrindo caminhos para a conquista da independência nacional, proclamada a 11 de Novembro de 1975.
O acto provincial que decorreu na Mediateca de Ondjiva, foi antecedido da deposição de uma coroa de flores no túmulo de um soldado desconhecido, no Cemitério Municipal do Cuanhama.
A 4 de Janeiro de 1961, colonos portugueses reprimiram cerca de 20 mil camponeses angolanos, naquilo que ficou conhecido como o massacre da Baixa de Cassanje, território localizado entre as províncias de Malanje e da Lunda Norte.
Nesse dia, trabalhadores agrícolas das plantações de algodão da companhia luso-belga Cotonang, na Baixa de Cassanje, revoltaram-se contra o trabalho de escravo, destruindo plantações, pontes e casas.
A resposta das autoridades coloniais não tardou com o envio da Força Aérea portuguesa, que bombardeou a região, com projécteis, tendo causado a morte de milhares de cidadãos.
Os acontecimentos da Baixa do Cassanje aumentaram a consciência de liberdade dos angolanos que, a 4 de Fevereiro do mesmo ano, desencadearam uma luta armada contra o regime fascista português que culminou, a 11 de Novembro de 1975, com a proclamação da independência do país.