Uíge – Cento e 40 casos de tráfico de seres humanos foram registados em Angola desde 2014, pelo Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, informou, esta terça-feira, no Uíge, a secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, Ana Celeste Januário.
Do total de casos, apenas 22 resultaram em julgamento e condenação dos autores desses crimes, disse a responsável, quando discursava na abertura do seminário sobre tráfico de seres humanos, protecção e assistência às vítimas de tráfico de pessoas.
Informou que os crimes ocorrem, maioritariamente, na província de Luanda e nas que fazem fronteira com a República Democrática do Congo (RDC), República do Congo, Namíbia e Zâmbia.
Quanto às vítimas, apontou as crianças e mulheres como a preferência dos traficantes de seres humanos, que usam as vítimas para exploração infantil, servidão doméstica, trabalho forçado, exploração sexual e outros actos reprováveis.
Ana Celeste apontou o uso das redes sociais como uma das vias muito utilizadas para o cometimento desse crime, pelo que apelou à população para usar correctamente essas ferramentas, evitando contacto com pessoas estranhas.
Por sua vez, a vice-governadora para o sector Político, Económico e Social, Maria Cavungo, defendeu o aprimoramento dos métodos de actuação dos órgãos que concorrem para o combate ao tráfico de seres humanos.
O seminário vai analisar o tráfico de seres humanos em Angola, na Namíbia e na RDC, o quadro legal internacional sobre o tráfico de seres humanos, o fluxo migratório ao longo da fronteira comum e os procedimentos para o estabelecimento do mecanismo de referência para a protecção e assistência às vítimas de tráfico, entre outros temas.
Participam no mesmo responsáveis da Organização Internacional para as Migrações (OIM), directores nacionais do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos, órgãos de defesa e segurança, autoridades tradicionais, sociedade civil e outros convidados.