Luanda – Angola reafirmou esta quinta-feira, o seu empenho no processo de busca de soluções para os conflitos em África, com destaque para o que se desenvolve no leste da RDC e no Sudão.
Falando na cerimónia alusiva ao 79º aniversário das Nações Unidas, o ministro das Relações Exteriores, Téte António, reafirmou que Angola continua a defender o multilateralismo que deve prevalecer como único quadro verdadeiramente capaz de salvaguardar os interesses comuns a toda a humanidade.
Lembrou que Angola celebra este ano, o 48º Aniversário da sua admissão na ONU e, desde a sua independência, abraçou a causa do multilateralismo e tem defendido este princípio.
“Devemos reiterar o nosso resoluto compromisso com a diplomacia e o diálogo inclusivo e o recurso a meios pacíficos para a resolução dos conflitos”, disse.
Fez referência que, no quadro do Processo de Luanda, foi alcançado um cessar-fogo no Leste da RDC, que entrou em vigor no dia 4 de Agosto deste ano, para que se consolidem os ganhos obtidos.
Nesta perspectiva, foi colocada sobre a mesa uma proposta de Acordo de Paz formulada por Angola, envolvendo a RDC e o Rwanda.
A proposta perspectiva o alcance de um entendimento que justifique a realização de uma Cimeira para selar a assinatura do Acordo de Paz e a normalização das relações entre a RDC e o Rwanda.
Conforme o diplomata, as grandes prioridades do continente africano inscrevem-se na questão do desenvolvimento assente na promoção e intensificação do comércio, para o que se afigura essencial a construção de infra-estruturas que garantam a conectividade entre os países da região.
Afirmou que a ideia é promover uma maior mobilidade dos operadores económicos que favoreça o livre comércio entre todos, no âmbito da Zona de Livre Comércio Continental.
Acrescentou que, dentro desta lógica, Angola estabeleceu parcerias à nível internacional para garantir a operacionalização do Caminho-de-Ferro de Benguela, dos portos mineraleiro e comercial do Lobito, no quadro do grande projecto transnacional de transporte e de logística do Corredor do Lobito.
Sublinhou que o projecto vai assegurar o escoamento mais rápido, seguro e a preços competitivos dos minérios, produtos agrícolas e industriais a partir de Angola, Zâmbia e RDC, através do oceano atlântico para o resto do mundo.
“Este é um projecto catalisador que vai mudar o panorama económico em Angola e na África Central e Austral, permitindo o surgimento de um conjunto de vários empreendimentos ao longo do Corredor do Lobito, com impacto directo nas economias das sub-regiões de África, em particular, e do continente, no geral”, enfatizou. FMA/ART