Benguela – O académico Janísio Salomão afiançou nesta quarta-feira que o Recenseamento Geral da População e Habitação de 2024 pode acabar por repercutir positivamente no Plano de Desenvolvimento Nacional (PDN), para o período 2023-2027.
Trata-se do segundo censo demográfico em Angola, dez anos depois de ter realizado o primeiro recenseamento desde a independência, em 1975, com o objectivo de fornecer informações sobre a evolução quantitativa da população ao longo do tempo, mostrando as suas características sócio-económicas, fluxos migratórios, entre outros.
Em declaracões à ANGOP, o também economista considera os dados do Censo de 2014 desajustados ao actual quadro do país, pelo que, com o recenseamento de 2024, prevê tanto a revisão das políticas públicas, como o reajustamento do Plano de Desenvolvimento Nacional.
“Angola conta com mais de 30 milhões de habitantes e o cenário actual pode estar muito acima disto”, assume, sublinhando como os números actuais da população são importantes para a projecção de qualquer projecto ou programa que se pretenda desenvolver, como é o caso do PDN 2023-2027.
Nesse sentido, Janísio Salomão encara o Censo de 2024 como fundamental para o país, permitindo identificar as reais necessidades da população em função do meio envolvente e ainda rever e determinar a taxa de pobreza em Angola e sua incidência no meio urbano e rural.
A possibilidade de melhoria das políticas relacionadas com as assimetrias regionais e locais é outro benefício esperado, segundo o entrevistado, que defende ser preciso direccionar os investimentos públicos onde realmente haja maior necessidade.
A melhoria da distribuição da riqueza, proporcionando maior equidade, ou ainda determinar as reais necessidades de saúde, educação, energia e água são outros ganhos esperados.
Para Janísio Salomão, os dados do Censo 2024 poderão levar o Governo a rever e determinar a actual taxa de desemprego no país, incluindo as reais taxas de inflação em função do Índice do Preço ao Consumidor (IPC) Global e não o centrado apenas em Luanda.
Igualmente mestre em Administração de Empresas, o académico ainda espera que venha a ser determinada com precisão tanto o Produto Interno Bruto (PIB) per capita, como a média do salário real e nominal ou a geração de emprego sazonal.
Em termos demográficos, realça que o Censo de 2024 vai permitir saber a distribuição da população no território angolano, com incidência para os diferentes grupos etnolinguísticos, proporcionando matéria para posteriores estudos. JH/CRB