Luanda - O 4 de Fevereiro de 1961, data do início da Luta Armada de Libertação Nacional, contribuiu para o fim da opressão, da discriminação e da ocupação colonial ou seja, para o alcance da independência do país que este ano completa meio século de existência.
No entanto, o dia que levou os angolanos a pegarem em armas para lutarem pela dignidade e liberdade também deu nome, só para citar estes, a três emblemáticos espaços da capital do país, nomeadamente o "Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro", a "Avenida 4 de Fevereiro" e o "Marco Histórico do 4 de Fevereiro".
Estes pontos da cidade de Luanda servem principalmente à economia, transporte, lazer e turismo e foram nomeados com o propósito de honrar os heróis e preservar os valores da Pátria.
O 4 de Fevereiro é o 35.º dia do ano no calendário gregoriano, faltando 330 dias para acabar o ano (331 em anos bissextos).
Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro
Situado no município da Maianga, bairro Cassequel, o Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, até início de 2024, era o maior de Angola, a 74 metros acima do nível do mar, e possui duas pistas, uma mede três mil e 716 por 45 metros e a segunda de dois mil e 600 por 60 metros, tendo uma capacidade para transportar mais de três milhões de passageiros por ano.
A partir de 2002, recebeu obras de reabilitação e ampliação que permitiram a remodelação do terminal de passageiros e a construção de um novo parque de estacionamento de viaturas.
A empreitada visou principalmente aumentar o número de salas de embarque, balcões, tapetes para recolha de bagagens, bem como a capacidade de atendimento de passageiros de 400 para mil por hora.
Serviu igualmente para ampliar a capacidade de transportação de um 1,2 milhão de passageiros por ano, para 3,6 milhões, num investimento de cerca de 74 milhões de dólares.
O "4 de Fevereiro" já foi considerado um dos maiores da África Austral e o quarto mais movimentado da região, em número de passageiros transportados.
No transporte de mercadorias, na África Austral, chegou a rivalizar com os aeroportos internacionais da Cidade do Cabo e de Joanesburgo (África do Sul).
A sua construção teve início em 1951 ficando concluída em 1954. Foi inaugurado nesse mesmo ano pelo então Presidente da República Portuguesa, Craveiro Lopes, que o "baptizou" com o seu nome.
Após a independência em 1975, no ano seguinte, passou a chamar-se "Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro", em homenagem à data de início da Guerra de Libertação Nacional.
A cerimónia de renomeação deu-se com uma visita do primeiro Presidente da República, António Agostinho Neto.
Avenida 4 de Fevereiro
Localizada na baixa da cidade, conhecida popularmente como Marginal, a Avenida 4 de Fevereiro é uma importante artéria urbana da província de Luanda.
Começa no Largo 17 de Setembro (Porto de Luanda) e termina na entrada da Ilha de Luanda (Fortaleza de São Miguel, actual Museu das Forças Armadas).
Debruçada sobre a Baía de Luanda, no tempo colonial era denominada Avenida de Paulo Dias de Novais, em honra do fundador da cidade em 1576.
A Avenida 4 de Fevereiro é considerada de grande prestígio, por concentrar ao longo da sua extensão de pouco mais de cinco quilómetros, diversos ministérios, serviços públicos, hotéis e sedes de grandes empresas, especialmente algumas das principais multinacionais estabelecidas no país.
O Banco Nacional de Angola, Museu da Moeda, Monumento ao Soldado Desconhecido, entre outros, também estão situados na referida avenida.
No entanto, o seu "cartão postal" é a Baía de Luanda com três mil e 100 metros de extensão onde se encontram lugares para lazer, serviços de estacionamento para mais de dois mil e 500 lugares, eventos culturais, espaços verdes e comércio.
O "ex-libris" de Luanda tem também espaço para a regular actividade de eventos culturais e desportivos.
Os utentes têm disponíveis, junto ao mar, passeios marítimos, milhares de metros quadrados de espaços pedonais, cerca de três quilómetros de ciclovia, 10 praças ao longo do passeio marítimo, três parques infantis, três parques desportivos, cinco campos de "street basket" e cinco espaços para eventos culturais.
No total são cinco hectares de zonas verdes abertas ao público, mais os quilómetros de palmeiras plantadas ao longo dos três quilómetros da baía, do porto até à ponte da ilha de Luanda.
Marco Histórico do 4 de Fevereiro
O Marco Histórico do 4 de Fevereiro, situado no município do Cazenga, em Luanda, simboliza o início da Luta de Libertação Nacional.
Também conhecido como o Marco Histórico do Cazenga, foi inaugurado a 19 de Setembro de 2005, em honra aos heróis das "catanas".
Com 24 metros de altura, o monumento relembra os acontecimentos do ponto de partida efectivo para a independência, mais de 14 anos depois.
Duas estátuas de seis metros simbolizam os comandantes Paiva Domingos da Silva e Imperial Santana, empunhando catanas em posição de ataque.
O nome destes homens, assim como os de outros que participaram no 4 de Fevereiro, estão inscritos em placas de bronze. Completam o memorial três painéis em alto e baixo relevo que mostram os assaltos às cadeias e esquadras.
Conta a história que os treinos sobre manejo de catanas, ou como desarmar sentinelas, começaram em Cacuaco. Contudo, alertados por supostas infiltrações da "secreta portuguesa", acabaram por transferir a base de treinos para um descampado no Cazenga, local onde hoje se ergue o monumento.
Lembrar que neste momento o local está para encerrar e merecer obras de requalificação, dado o elevado grau de degradação das suas estruturas, por falta de manutenção.
No entanto, o Marco Histórico do 4 de Fevereiro, para além de lugar de memória, serviu como um ponto de reunião, de celebrações, de actividades políticas e desportivas. Contava com uma Mediateca e um Centro de Inclusão Digital onde os jovens tinham acesso livre à internet, e podiam imprimir documentos e frequentar cursos rápidos de informática.
Para os mais novos, havia um parque de diversões, com baloiços, carros-de-choque, entre outros itens.
Podia-se passar um dia no Marco Histórico 4 de Fevereiro, podia-se deixar o carro no parque de estacionamento e comer no restaurante que integrava o memorial e, às vezes, havia música ao vivo. VIC/SC