Beijing - O Presidente chinês, Xi Jinping, partiu hoje para a Rússia para participar na cimeira BRICS, bloco de economias emergentes, em Kazan, durante a qual deve manter um encontro bilateral com o seu homólogo russo, Vladimir Putin.
A comitiva de Xi inclui Cai Qi, membro do Comité Central do Partido Comunista da China, e o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
A cimeira do grupo, composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, além de Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos e Etiópia, reúne entre hoje e quinta-feira 24 chefes de Estado e de Governo considerados mais próximos da Rússia e da China, na sequência do alargamento que o bloco aprovou na reunião de líderes do ano passado.
Segundo o Kremlin (presidência), Putin, o anfitrião, vai reunir-se com Xi à margem da cimeira, embora Beijing ainda não tenha confirmado este encontro ou outros entre Xi e os líderes dos países presentes.
A China chega à cimeira numa altura em que tenta seduzir o Sul Global como uma das prioridades da sua política externa, com novas vias de financiamento e cooperação, num contexto de crescente competição geopolítica com o Ocidente, especialmente com os Estados Unidos.
A Xinhua afirmou na segunda-feira que o grupo é "um mecanismo internacional florescente" que procura "responder aos problemas globais", sendo Xi "um dos seus fortes defensores".
Entre as contribuições chinesas está o Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), com sede em Xangai, que aprovou 105 projectos nos países membros, no valor de cerca de 35 mil milhões de dólares (1 USD a Kz 909, 5009) até ao final de 2023.
Xi também defendeu a inclusão formal de intercâmbios culturais na cooperação entre os BRICS, até agora orientada por intercâmbios económicos, políticos e de segurança.
Os BRICS são para a China mais uma oportunidade de promover uma reforma do sistema de governação global mais consentânea com os seus interesses e com aquilo a que chama "verdadeiro multilateralismo".
Por oposição ao "hegemonismo dos EUA", bem como de mostrar o seu "empenho" em desempenhar um papel mais importante num momento geopolítico convulsivo, com as guerras na Ucrânia e no Médio Oriente como pano de fundo, além das tensões na península coreana e no estreito de Taiwan.
Até ao ano passado, o bloco era constituído pelo Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, que acolheu a 15.ª cimeira dos líderes do grupo em Joanesburgo, em Agosto de 2023, onde foi aprovada a entrada de seis novos países: Egipto, Irão, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Argentina (que acabou por decidir não aderir) e Arábia Saudita.
Durante a reunião deste ano, os líderes dos países membros devem definir os critérios para que outras nações entrem no bloco como associadas. GAR