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Universidades encerradas a pedido de Ortega sob vigilância policial

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  • Luanda • Sexta, 04 Fevereiro de 2022 | 08h04

Manágua - Pelo menos duas das universidades nicaraguenses encerradas pela Assembleia Nacional, a pedido do governo do Presidente Daniel Ortega, foram quinta-feira vigiadas por civis e oficiais fardados, segundo a agência EFE.

Na Universidade Politécnica da Nicarágua (Upoli), tomada durante quase dois meses por estudantes que se manifestaram contra o governo Ortega na revolta popular de abril de 2018, civis e agentes da polícia em motos e carros de patrulha encontram-se fora do campus.


A Upoli, uma universidade subsidiada pelo Estado, foi um baluarte de protestos antigovernamentais, entre abril e junho de 2018, quando dezenas de jovens se barricaram no interior para evitar a captura pela Polícia Nacional, num dos momentos mais cruéis da crise da Nicarágua, que deixou centenas de mortos.


Numa declaração, os estudantes deste centro académico localizado a leste de Manágua, criticaram as autoridades nicaraguenses que "de forma traiçoeira" despojaram a Upoli, que existe há mais de meio século, do seu estatuto legal, "para que deixasse de funcionar normalmente".


"É com grande indignação que expressamos a nossa solidariedade com todos os estudantes de outras universidades, que também foram privados da oportunidade e segurança de continuar as suas aulas, bem como de terminar os seus diplomas", disseram os estudantes, através de uma carta.


Na missiva, apelaram também ao parlamento controlado pelo sandinista para restaurar o estatuto legal da Upoli, bem como o das outras universidades afetadas, "tendo em conta o grande número de estudantes e colaboradores que serão atingidos".


Os estudantes pediram que os postos de trabalho e de gestão da universidade fossem mantidos e que as suas notas e registos académicos permanecessem intactos, acrescentando: "Que nenhum estudante seja exposto por exigir os seus direitos a uma educação digna e de qualidade, como mandata a nossa Constituição".


"Escusado será dizer que nós, estudantes, não queremos ser sujeitos aos juízos e ordenanças daqueles que querem assumir a nossa segunda casa. Pelo contrário, continuaremos a opor-nos à utilização desta ou de qualquer outra instituição de ensino para fins políticos", afirmaram.


O outro centro de estudos que surgiu sob vigilância policial é a Universidade Popular da Nicarágua (Uponic), tanto o seu edifício central em Manágua, como uma das suas filiais em Jinotega (norte).


As universidades que foram registadas como organismos não governamentais e foram ilegalizadas na quarta-feira pelo Parlamento são: Upoli, Uponic, Universidad Católica del Trópico Seco (Ucatse), Universidad Nicaragüense de Estudios Humanísticos (Uneh) e Universidad Paulo Freire (UPF).


O encerramento foi aplicado porque as instituições afetadas "alegadamente não apresentaram relatórios financeiros ao Departamento de Registo e Controlo das Associações Civis Sem Fins Lucrativos" do Ministério do Interior, ou porque o seu "Conselho de Administração não está em funções", de acordo com a exposição de motivos do decreto.


O Conselho Nacional das Universidades (CNI), o órgão dirigente do ensino superior nicaraguense, disse que garantiria a continuidade académica aos estudantes das cinco universidades afectadas.


Eleva-se, assim, para 80 o número de entidades locais ilegalizadas, a pedido do executivo de Ortega, desde a eclosão da crise sociopolítica na Nicarágua, em abril de 2018, que se saldou em 355 mortos, segundo a Comissão Interamericana dos Direitos Humanos (CIDH).


O Ministério do Interior também cancelou os registos de três Organizações Não Governamentais (ONG) americanas e três europeias.


A Nicarágua tem atravessado uma crise política e social desde Abril de 2018, que se acentuou após as controversas eleições gerais de 07 de Novembro último, nas quais Ortega foi reeleito para um quinto mandato, quarto consecutivo e o segundo com a sua esposa, Rosario Murillo, como vice-presidente, enquanto os seus principais candidatos estavam e ainda estão na prisão.

 





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