Bruxelas - A União Europeia (UE) condenou hoje os ataques israelitas contra as missões das Nações Unidas no Líbano e os bombardeamentos em "áreas com grande densidade populacional".
"A UE condena todos os ataques contra missões da Organização das Nações Unidas (ONU) e expressa uma preocupação particularmente grave com os ataques do exército israelita", escreveu o Alto-Representante para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell na rede social X (antigo Twitter), citado pela Lusa.
Antes do início de uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE, no Luxemburgo, o Alto-Representante criticou os mísseis que o grupo miliciano Hezbollah disparou para o território israelita e os bombardeamentos de Israel em "áreas com grande densidade populacional" no Líbano, nomeadamente em Beirute, capital do país.
Entretanto, a União Europeia manifestou hoje a sua "profunda preocupação" com a escalada de violência entre Israel e o Líbano e considerou "inaceitáveis" os ataques das Forças Defesa Israelitas (IDF) a forças de manutenção de paz da ONU, segundo a AFP.
"Tais ataques contra as forças de manutenção da paz da ONU (Organização das Nações Unidas) constituem uma grave violação do direito internacional e são totalmente inaceitáveis. Estes ataques devem parar imediatamente", lê-se numa declaração do Alto Representante da União para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.
Na declaração, é manifestada a "sua profunda preocupação" com a recente escalada ao longo da "Linha Azul" e os ataques sobre a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL, na sigla em inglês), que deixaram vários 'capacetes azuis' feridos.
Todos os intervenientes têm a obrigação de tomar as medidas necessárias para garantir a segurança do pessoal e dos bens da ONU e de respeitar sempre a inviolabilidade das instalações da ONU, defende o organismo.
Nesse sentido, a União Europeia diz estar preocupada com o lançamento contínuo de projécteis pelo Hezbollah contra Israel, mas também com os ataques das IDF em "áreas densamente povoadas" do Líbano.
"Instamos todas as partes a respeitarem o Direito Internacional Humanitário, em todas as circunstâncias. A União Europeia reitera o seu apelo a um cessar-fogo imediato no Líbano", conclui o texto da declaração.
Também este domingo o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, apelou para que as forças de manutenção de paz no Líbano sejam mantidas em segurança e lembrou que ataques contra 'capacetes azuis' podem constituir um crime de guerra.
O Exército israelita assumiu que um dos seus tanques atingiu hoje um posto dos 'capacetes azuis' da ONU no Líbano, onde defronta o movimento Hezbollah.
Há três semanas que Israel realiza uma intensa campanha de bombardeamentos contra o sul e o leste do Líbano, assim como contra a capital, Beirute, além de uma ofensiva terrestre.
Mais de 1.500 pessoas foram mortas durante estas quase três semanas, de um total de mais de 2.200 que perderam a vida num ano de fogo cruzado entre Israel e o Hezbollah. GAR