Bruxelas - Os líderes europeus, reunidos em Bruxelas, acordaram esta madrugada avançar com sanções contra a Turquia devido às suas acções “unilaterais e provocadoras” no Mediterrâneo oriental contra Grécia e Chipre, que deverão ser decididas durante a presidência portuguesa da UE.
Após um longo debate que entrou pela madrugada, o Conselho Europeu convida o Conselho da UE a ampliar as (poucas) “medidas restritivas” em curso dirigidas às actividades ilegais de exploração de gás pela Turquia em águas do Mediterrâneo oriental, e mandata o Alto Representante para a Política Externa, Josep Borrell, a elaborar um relatório sobre “a evolução da situação” e que contemple um eventual reforço do quadro de sanções, “a ser apreciado o mais tardar no Conselho Europeu de Março de 2021”.
Fontes diplomáticas citadas pela Lusa explicaram que o Conselho da UE, ao nível de ministros dos Negócios Estrangeiros, é convidado a propor, “nas próximas semanas”, novos indivíduos e empresas a acrescentar à curta lista de sancionados actualmente em vigor, podendo então as sanções ser reforçadas dentro de alguns meses se a Turquia mantiver a sua postura, num processo de gradual endurecimento das medidas punitivas.
A discussão hoje entre os chefes de Estado e de Governo da UE foi, como já se previa, complexa, já que há diferenças entre os 27 sobre o grau de dureza na resposta a Ancara em defesa de dois dos seus Estados-membros, Grécia e Chipre, que há muito reclamam um “pulso forte” e solidariedade dos seus parceiros.
O processo ‘entrará’ assim na agenda da presidência portuguesa do Conselho da UE, que começa dentro de três semanas, em 01 de Janeiro de 2021.