Cidade do México - As autoridades mexicanas e familiares denunciaram quinta-feira o desaparecimento de três jornalistas de Taxco de Alarcón, município do estado de Guerrero, no sul do México, suspeitar que foram sequestrados por homens armados, anuncia a Reuters.
Num primeiro incidente, foi relatado que alegados criminosos sequestraram o director do semanário Espectador de Taxco, Marco António Toledo Jaimes, de sua casa no domingo passado, tendo levado também a sua mulher, Guadalupe Denova Flores, e o seu filho Alberto.
A Procuradoria-Geral da República (FGE) está a investigar, tendo adiantado que o jornalista e a sua família foram vistos pela última vez em Taxco, em 19 de Novembro, e que a denúncia foi feita na quarta-feira, 22 de Novembro.
A escritora Julissa Arce denunciou hoje um segundo caso, afirmando que homens armados raptaram a sua irmã, Nayssa Arce, e Alberto Sánchez Juárez, proprietários do portal de notícias Red Siete.
A também activista mexicana e norte-americana acrescentou que os filhos dos jornalistas, de três, cinco e 13 anos, foram abandonados na rua quando os pais foram sequestrados.
As organizações de defesa do jornalismo e liberdade de expressão Artigo 19 e Comunicação e Informação das Mulheres A.C. (Cimac) apelaram à procuradoria especializada em Crimes contra a Liberdade de Expressão (Feadle) e à Procuradoria-Geral para que abram uma investigação, mas nenhuma autoridade iniciou ainda um processo para este caso.
As mesmas entidades apelaram ainda ao governo regional de Guerrero para que coordene as acções necessárias para encontrar os desaparecidos.
Os dois casos foram noticiados uma semana depois do assassinato do fotojornalista mexicano, Ismael Villagómez, em Ciudad Juárez, na fronteira norte do México.
O México é, segundo a Artigo 19, o país sem guerra mais perigoso para a imprensa, tendo quatro jornalistas sido assassinados devido ao trabalho entre Janeiro e Novembro deste ano.
De acordo com a associação, Guerrero é o quinto estado do país com mais ataques a jornalistas e meios de comunicação, contando-se 425 ataques documentados desde 2009. CNB/GAR