Damasco - O representante permanente da Síria nas Nações Unidas, Bassam Sabbagh, pediu hoje à comunidade internacional ajuda nos esforços de resgate e humanitários, após o terramoto, assegurando que o Governo está "preparado" para coordenar a assistência a "todo o território", anuncia a SANA.
O diplomata salientou que se registaram 590 mortos e 1.500 feridos após o sismo de intensidade 7,8 com epicentro na Turquia e os sucessivos tremores secundários, números superiores aos mais recentes noticiados pela agência estatal síria SANA e que se referem às zonas controladas pelo Governo sírio.
Bassam Sabbagh lembrou que a Síria já "sofreu muito nos últimos dez anos" e sublinhou o efeito na situação humanitária das sanções impostas por vários países em resposta à guerra.
No entanto, garantiu que o Governo liderado por Bashar Al Assad está "pronto para ajudar".
Questionado sobre se o governo permitirá mais rotas de entrada de ajuda para as áreas sírias controladas pela oposição, devido à gravidade da situação, o diplomata respondeu apenas: "Asseguramos à ONU que estamos prontos para ajudar, coordenar e prestar assistência a todos os sírios em todo o território da Síria".
Perante a insistência para a abertura de mais pontos de entrada pela Turquia, Bassam Sabbagh explicou que o Governo "trabalhará com todos que quiserem abastecer a Síria de dentro da Síria".
"Os acessos de dentro da Síria estão lá, então se alguém quiser ajudar a Síria, eles podem ser coordenados com o Governo e estaremos prontos para isso", acrescentou.
Aos números divulgados pelo Governo, somam-se cerca de 430 vítimas contabilizadas pelos Capacetes Brancos na província de Idlib, no noroeste, último reduto da oposição no país, e em outras partes da vizinha Aleppo que também escapam ao controlo da Síria.
Na Síria, envolvida há mais de uma década numa guerra civil, a área afectada divide-se entre o território controlado pelo Governo de Bashar Al Assad, em Damasco e o último enclave do país controlado pela oposição, cercado por forças do Governo apoiadas pela Rússia.
O terramoto de magnitude 7,8 na escala de Richter hoje registado na Turquia, perto da fronteira com a Síria, foi um dos mais fortes do último século no país, e provocou 3.000 mortos, milhares de feridos e milhares de infra-estruturas destruídas, segundo os últimos dados.
O tremor de terra ocorreu às 04:17 (00:17 em Luanda) de hoje, a 33 quilómetros da capital da província de Gaziantep, no sudeste da Turquia, próximo da fronteira com a Síria, a uma profundidade de 17,9 quilómetros.
Segundo o Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) o sismo registou uma magnitude de 7,8 e sentiram-se dezenas de réplicas, uma das quais de pelo menos 7,6.
De acordo com o serviço turco de protecção civil (Afad), o sismo matou 1.760 pessoas na Turquia e feriu pelo menos 12.068, havendo registo de pelo menos 3.700 prédios destruídos.