Seul - Coreia do Sul convocou o embaixador russo para protestar contra o novo pacto de defesa da Rússia com a Coreia do Norte, numa altura em que as tensões fronteiriças continuam a aumentar com ameaças vagas das tropas norte-coreanas.
O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros sul-coreano, Kim Hong Kyun, convocou o embaixador russo, Georgy Zinoviev, para lhe transmitir a posição de Seul sobre o acordo entre Vladimir Putin e Kim Jong-un sobre a alegada cooperação militar entre a Rússia e a Coreia do Norte, segundo a Lusa.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Seul não adiantou o que foi dito durante a reunião.
Na quarta-feira, o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o Presidente russo, Vladimir Putin, reuniram-se na capital norte-coreana, que marcou a primeira visita desse líder ao país em mais de 24 anos.
Neste contexto, assinaram um "Acordo de Parceria Estratégica Abrangente", que substitui os acordos bilaterais selados até agora por Moscovo e Pyongyang e que inclui uma cláusula de assistência militar em caso de agressão contra os seus territórios.
E ainda exige que ambas as partes não assinem pactos com países terceiros que infrinjam os interesses fundamentais um do outro ou participem de tais actos.
Nas últimas semanas, Pyongyang aumentou o número de soldados na fronteira para efectuar trabalhos de fortificação e desminagem, o que exige a remoção da vegetação.
Estas acções surgem numa altura de uma escalada das hostilidades entre os dois países, especialmente depois de Pyongyang ter lançado dezenas de balões cheios de lixo para o país vizinho, em resposta ao lançamento de outros balões com propaganda contra o regime de Kim Jong-un por um grupo de desertores norte-coreanos.
As duas Coreias estão separadas por uma zona desmilitarizada (DMZ) com quatro quilómetros de largura. GAR