Moscovo – O estado actual da central nuclear de Zaporijia (Ucrânia), sob controlo do exército russo, foi abordado esta tarde pelo Presidente, Vladimir Putin, numa conversa telefónica com o seu homólogo francês Emmanuel Macron.
Os dois líderes sublinharam a importância de enviar uma missão da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA] para Zaporijia o mais rapidamente possível", referiu o Kremlin (Presidência russa), numa declaração citada pela agência noticiosa russa TASS.
A Rússia "confirmou que está pronta para prestar toda a assistência necessária aos inspectores da AIEA", segundo a mesma fonte.
A presidência francesa, por sua vez, declarou que Macron "apoiou o envio o mais rápido possível de uma missão de especialistas da AIEA, nas condições aprovadas pela Ucrânia e pelas Nações Unidas".
Macron e Putin devem voltar a dialogar "nos próximos dias sobre o assunto [da central de Zaporijia], após contactos entre as equipas técnicas e antes do desdobramento da missão", segundo o Eliseu.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, pretender que as Nações Unidas garantam a desmilitarização da central nuclear de Zaporijia.
Na reunião com Guterres, realizada na cidade ucraniana de Lviv, Zelensky acusou a Rússia de fazer chantagem com a segurança da central nuclear de Zaporijia (sudeste da Ucrânia), segundo relatou na rede social Telegram.
Zelensky disse que o clima de "terror deliberado da parte do agressor pode ter consequências catastróficas a nível global" no caso de um acidente nuclear na central.
"A ONU tem de garantir a segurança deste activo estratégico [central nuclear de Zaporijia], a sua desmilitarização e completa libertação das tropas russas", defendeu.
A Rússia tem rejeitado propostas para desmilitarizar a área em torno da central nuclear de Zaporijia, que considerou como inaceitáveis.
"As propostas de desmilitarização de uma área em redor da central nuclear de Zaporijia são inaceitáveis", disse na quinta-feira o porta-voz da diplomacia russa Ivan Nechaev.
Para Moscovo, a implementação de tais propostas "tornará a central muito mais vulnerável", acrescentou.