Moscovo - O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Serguey Lavrov, estimou em mais de 160 mil milhões de euros a ajuda dos países ocidentais à Ucrânia desde o início da guerra há pouco mais de ano e meio.
Lavrov precisou que aquele total inclui os 75 mil milhões de dólares de ajuda militar norte-americana.
"Segundo as estimativas da organização não-governamental The Heritage Foundation, com sede em Washington, os Estados Unidos já contribuíram com perto de 113 mil milhões de dólares para a Ucrânia, acrescentou.
Os Estados Unidos têm enviado para a Ucrânia armamento em grande escala, incluindo munições de fragmentação e de longo alcance, além de que estão envolvidos no planeamento das operações do exército ucraniano, acrescentou Lavrov numa entrevista à revista International Affairs.
Apesar de todo o dispositivo económico e militar que os Estados Unidos têm oferecido à Ucrânia, o chefe da diplomacia da Rússia recordou que, "historicamente", Washington "não se pode gabar" da eficácia da sua ajuda a países terceiros, citando o exemplo do Vietname do Sul em 1973 e, mais recentemente, do Afeganistão de Ashraf Ghani, que caiu nas mãos dos talibãs em 2021.
Lavrov afirmou que a razão para este apoio incondicional à Ucrânia por parte dos países ocidentais esconde os interesses de Washington e Bruxelas em "eliminar" a Rússia como um sério rival geopolítico.
"É por isso que desencadearam uma guerra híbrida contra nós", argumentou.
Entretanto, o Presidenteda Rússia, Vladimir Putin, reuniu-se hoje em Rostov-on-Don, no sul da Rússia, com os generais encarregados da operação militar na Ucrânia, anunciou o Kremlin (presidência russa), anuncia a AFP.
"O chefe de Estado ouviu os relatórios do chefe do Estado-Maior das Forças Armadas russas, Valery Gerasimov, dos comandantes de sector e de outros oficiais", refere um comunicado do Kremlin.
De acordo com o Kremlin, Putin deslocou-se hoje à região de Rostov-on-Don, no sul do país, para ouvir as informações do chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, Valeri Gerasimov, que tem sido amplamente criticado por alguns sectores pela falta de vitórias na Ucrânia.
Putin foi também informado por outros comandantes e oficiais de unidades que combatem no que é conhecido na Rússia como "operação militar especial", segundo o comunicado oficial.
O Ministério da Defesa russo informou hoje, no seu briefing matinal, sobre os bombardeamentos aéreos contra posições inimigas na região oriental de Donetsk.
Acusou a Ucrânia de lançar um novo ataque na península anexa da Crimeia com um míssil terra-ar S-200, que foi abatido por baterias russas.
Os únicos sucessos alcançados nas últimas semanas pelo exército russo foram na área de Kupiansk, uma cidade na região nordeste de Kharkov, uma situação que foi reconhecida pela Ucrânia.
Ao mesmo tempo, as forças russas tiveram de se retirar de várias cidades de Donetsk e da região sul de Zaporijia, o epicentro da contra-ofensiva ucraniana.
Desde o início da contra-ofensiva, a 04 de Junho, Putin afirma que foi um fracasso total para Kiev, que perdeu dezenas de milhares de soldados na sua tentativa de avançar para o Mar de Azov.
Gerasimov e o ministro da Defesa russo, Serguey Shoigu, continuam nos seus cargos, apesar de o chefe do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, ter pedido a sua cabeça depois de, no final de Junho, terem encenado uma rebelião armada em que os seus mercenários tomaram a cidade de Rostov-on-Don. GAR