Lisboa - A Embaixada da Rússia planeia disponibilizar uma mesa de voto em Lisboa para as eleições presidenciais de Março, disse hoje à Lusa uma fonte diplomática, indicando que a segurança ao perímetro do local é da responsabilidade das autoridades portuguesas.
"Planeia-se uma mesa de voto em Lisboa. Informação mais detalhada será comunicada oportunamente pela embaixada", referiu a fonte da representação diplomática, depois de na sexta-feira o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo ter confirmado que cerca de 300 centros de voto estariam disponíveis no estrangeiro para o escrutínio de Março.
A mesma fonte da embaixada russa especificou que a "segurança ao perímetro do local, segundo várias normas do direito internacional, nomeadamente consagradas nas Convenções de Viena, é da responsabilidade do Estado acreditador que é, no nosso caso, Portugal".
Assim, segundo acrescentou a fonte da representação diplomática, é aguardado contacto por parte das autoridades portuguesas da "respectiva confirmação".
Na sexta-feira, a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zajarova, confirmou que serão disponibilizados cerca de 300 centros de voto no estrangeiro, incluindo em "Estados hostis", para garantir o direito de voto nas eleições presidenciais de Março.
Na mesma ocasião, a porta-voz da diplomacia russa salientou que estes centros irão abranger capitais e outras localidades.
Apesar deste número, Zakharova denunciou ainda que os designados pela Rússia "países hostis" efectuaram uma série de manobras para impedir a abertura de mais espaços de votação.
A porta-voz indicou também estarem a ser tomadas as "medidas adequadas para garantir a segurança" nos locais de voto e dos membros da comissão eleitoral.
O Presidente russo, Vladimir Putin, está no poder desde 2000 e pretende garantir um quinto mandato presidencial, depois de também ter ocupado o cargo de primeiro-ministro entre 2008 e 2012.
Segundo as sondagens locais, Putin deverá vencer as eleições presidenciais de Março com mais votos face a 2018, quando garantiu cerca de 76% dos sufrágios.
A oposição russa, cujo líder Alexei Navalny cumpre 30 anos de prisão num estabelecimento penitenciário no Árctico, acusa o Kremlin (Presidência russa) de preparar uma fraude eleitoral através do voto electrónico, ao qual vão ter acesso um terço dos eleitores recenseados durante os três dias da votação, previstos entre 15 e 17 de Março. MOY/JM