Luanda - As resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que visam um cessar-fogo na Faixa de Gaza, constituíram os assuntos internacionais mais destacados pela ANGOP na semana que termina hoje.
Segundo o Conselho Europeu, as medidas têm de ser interpretadas como lei internacional por ser adoptadas pelo Conselho de Segurança, que obriga os envolvidos no conflito de Gaza a respeitar e a implementá-las.
O porta-voz para a política externa deste organismo, Peter Stano, exigiu a aplicação urgente da resolução do Conselho de Segurança das Nações para “acabar com o sofrimento humanitário em Gaza" e para dar lugar à "única solução sustentável" para o fim do conflito israelo-palestiniano.
Por seu turno, a União Europeia (UE) saudou as resoluções do Conselho de Segurança da ONU que também exige um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão (mês sagrado do jejum e da oração na tradição muçulmana que dura 21 dias, afirmando ser "urgente que seja respeitada" para a entrega de assistência humanitária.
Entretanto, o Governo norte-americano, cujo país é membro permanente do Conselho de Segurança (CS), considerou que a resolução "não é vinculativa", apesar de vários diplomatas garantirem o contrário. Os EUA votaram contra as resoluções que obteve 14 votos favoráveis.
Outro membro do CS, a China, anunciou o apoio a posição do Conselho de segurança e apelou também ao cessar-fogo imediato no enclave palestiniano de Gaza.
Durante a semana destacou-se também a ameaça de que foi alvo a relatora das Nações Unidas para os territórios palestinianos, Francesca Albanese, por alegar haver "motivos razoáveis" para acreditar que Israel cometeu "actos de genocídio" em Gaza.
Francesca admitiu em conferência de imprensa, em Nova Iorque, ter recebido ameaças, mas disse que não pretende demitir-se das funções, reafirmando que tem sido atacada desde o início do seu mandato em 2022, em territórios palestinianos onde está destacada.
O Governo israelita proibiu-a de entrar no seu território após declarações que, segundo as autoridades israelitas, negam o carácter antisemita do ataque do Hamas em 07 de Outubro.
No campo alimentar, um relatório das Nações Unidas, publicado em Nova Iorque destaca que um quinto dos alimentos produzidos globalmente em 2022, ou seja, 1.050 milhões de toneladas de comida, foram desperdiçados, dos quais 60 por cento por famílias.
De acordo com o Relatório do Índice de Desperdício Alimentar do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA), cada pessoa desperdiçou 79 quilogramas de alimentos naquele ano (cada lar deitou fora 1,3 refeições por dia para pessoas afectadas pela fome no mundo).
O número significa que, do total desses alimentos, 60% (631 milhões de toneladas) proviam de famílias, enquanto 28% foram da responsabilidade de serviços alimentares e 12% do retalho, sublinhou o documento.
O desperdício alimentar, alerta o PNUMA, gera entre 8% e 10% das emissões globais de gases com efeito de estufa, o que é quase cinco vezes mais do que as emissões totais do sector da aviação.
No capítulo económico, foi destaque a divulgação do relatório anual Hurun, que destaca a lista dos actuais bilionários do mundo, estando no comando a China com 814, apesar do desaparecimento em 2023 de 155. Os Estados Unidos da América seguem com 800.
A nível global, o documento, com dados recolhidos até 15 de Janeiro de 2024, indica que o número total de bilionários aumentou 167, para 3.279, e a riqueza total acumulada cresceu 9 %, para 108 biliões de yuan(1 yuan equivale a cerca de 115,81 Kz).
Os EUA são o país que registou o maior aumento do número desses ricos, com 109 novos nomes na lista, seguindo-se a Índia com 84, enquanto o Reino Unido ultrapassou a Alemanha e ficou em quarto lugar, com 146.
Este crescimento foi largamente impulsionado pela ascensão da inteligência artificial (IA), que gerou mais de metade da nova riqueza em 2023.
O chinês Zhong Shanshan, de 70 anos e fundador da empresa de água engarrafadas Nongfu, continua a ser o homem mais rico do seu país, com 450 mil milhões de yuan (1 yuan equivale a cerca de 115,81 Kz), ao passo que o norte-americano Elon Musk é o mais rico do mundo pela terceira vez em quatro anos, com uma fortuna de 231 mil milhões de dólares, um aumento de 74 mil milhões de dólares graças ao crescimento das acções da Tesla.
O mesmo documento refere que a capital chinesa - Beijing - perdeu o primeiro lugar como a cidade com a maior concentração de bilionários do planeta, passando para o quarto posto, sendo ultrapassada na Ásia por Mumbai (Índia, 3), bem como por Nova Iorque (EUA, 1) e Londres (Inglaterra, 2). DSC/JM