Luanda - A libertação do jornalista e fundador do site Wikileaks, Julian Assange, após declarar-se culpado de conspiração para obter e divulgar informações confidenciais dos Estados Unidos, constituiu o principal destaque do noticiário internacional da ANGOP na semana que hoje, sábado, termina.
Assange esteve detido desde 2019 na cadeia de segurança máxima em Belmarsh, situada na capital britânica, depois de ter-se refugiado por sete anos na embaixada do Equador em Londres, para evitar a sua extradição para a Suécia, onde foi acusado de violação de duas menores, cuja queixa foi depois retirada por falta de provas.
A libertação definitiva aconteceu a 25 de Junho, nas Ilhas Marianas, situado no Oceano Pacífico, onde perante um juiz declarou-se culpado da acusação dos EUA, e depois seguiu para a Austrália, sua terra natal.
O australiano, de 52 anos, que andou detido numa cela de 2x3 metros e isolado 23 horas por dia em Belmarsh, segundo um comunicado da Wikileaks, fez um acordo com a Justiça dos EUA, para consentir a culpa de uma acusação de espionagem em troca da sua liberdade que, caso não acontecesse, seria extraditado para América onde arriscaria cumprir uma pena de até 175 anos por divulgar mais de 700 mil documentos secretos americanos.
Em 20 de Maio, o Tribunal Superior de Londres, que ordenou a soltura a 24 de Junho do jornalista da cadeia de Belmarsh, já tinha autorizado Assange a recorrer da ordem de extradição do Reino Unido para os Estados Unidos.
No período em análise, o anúncio das novas sanções contra a Rússia, uma posição adoptado pelo Conselho da União Europeia (UE), devido à invasão ao território ucraniano, mereceram também realce.
Em comunicado, o organismo anunciou o pacote das punições - o 14º - que, pela primeira vez, vai incluir restrições à importação de gás natural liquefeito russo para os países da União Europeia, que têm reduzido as importações deste produto, passando de uma dependência de 40% em 2021 para 8% em 2023.
O Conselho também proibiu empresas europeias de transaccionarem com instituições financeiras e de criptomoedas que continuem a trabalhar com a Rússia e a fomentar a indústria da defesa deste país.
As sanções abrangem mais 116 pessoas e organizações, o que significa que ficam impedidas de aceder a bens que tenham em países europeus e proibidas de viajar para qualquer Estado-membro da União Europeia.
Na semana que termina hoje, a ANGOP também destacou no seu noticiário a apresentação pela ONU dos seus "princípios fundamentais para a integridade da informação", que se destinam principalmente ao combate à desinformação 'online'.
"Numa altura em que milhares de milhões de pessoas estão expostas a argumentos falaciosos, distorções (da verdade) e mentiras, estes princípios traçam um caminho claro, enraizado nos direitos humanos, incluindo os direitos à liberdade de expressão e opinião", destacou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, em comunicado.
Desta forma, propôs o desenvolvimento de uma espécie de código de conduta que serviria de referência nesta área.
Após consultas a vários intervenientes do sector, o documento, que enumera cinco princípios fundamentais: confiança e resiliência social, meios de comunicação social independentes, livres e pluralistas, transparência e investigação, empoderamento público, e incentivos positivos - foi publicado, sem qualquer força vinculativa.
A ANGOP destacou igualmente nos últimos sete dias que 81 meios de comunicação social europeus de 24 países serão proibidos o acesso por Internet na Rússia, entre eles a RTP Internacional, Público, Expresso e Observador, como anunciou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Nesta medida, a França é o país mais visado, com nove órgãos de comunicação social, incluindo a agência AFP, TF1, Le Monde, Libèration e L'Express, seguido da Espanha, com a agência espanhola EFE, a RTVE e os jornais El Mundo e El Pais, e da Alemanha que figura com o Der Spiegel, Die Zeit e Frankfurter Allgemeine.
A medida visa retaliar a decisão da União Europeia de proibir "qualquer actividade de radiodifusão" aos meios de comunicação social russos RIA Novosti, Izvestia, Rossiyskaya Gazeta e Voice of Europe, que entrou esta semana em vigor na Europa.
Mereceu igualmente realce o anúncio da nomeação do ex-Primeiro-ministro português, António Costa, 63 anos, para novo presidente do Conselho Europeu, após uma reunião do organismo realizada em Bruxelas.
António Costa, que substitui o belga Charles Michel, no cargo desde 2019, começa a desempenhar as funções em Dezembro próximo. DSC/JM
