Luanda – A realização da reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, mereceu, dentre outros assuntos, destaque no noticiário internacional durante a semana que hoje finda.
No encontro, o secretário-geral da ONU, António Guterres, disse que foram documentadas provas de "violações chocantes" dos direitos humanos na guerra na Ucrânia, principalmente cometidas pela Rússia, sublinhando que elas serão "vitais" para uma futura responsabilização.
Num debate aberto do Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) sobre o conflito na Ucrânia, Guterres indicou que foram recolhidas por agências da ONU provas de violência sexual, de detenções arbitrárias e execuções sumárias - "maioritariamente pela Federação Russa" -, assim como foi registada a transferência forçada de civis ucranianos, incluindo crianças, para território sob controlo russo ou para a Federação Russa.
António Guterres saudou igualmente o regresso de fornecimentos de ajuda humanitária das Nações Unidas para o noroeste da Síria, através da passagem de Baba al-Hawa.
"Embora as nossas operações humanitárias tenham continuado a ajudar milhões de pessoas necessitadas no noroeste da Síria, a passagem de Bab al-Hawa tem sido fundamental para os esforços da ONU para prestar ajuda no noroeste do país", explicou o porta-voz do secretário-geral da ONU, Stéphane Dujarric, em comunicado.
Por outro lado, apelou apelou ao "fim imediato dos combates" em Nagorno-Karabakh, onde o Azerbaijão lançou uma nova ofensiva que já causou 29 mortos, suscitando preocupações na comunidade internacional.
Um outro assunto destacado nos últimos sete dias foi o anúncio segundo o qual a União Europeia (UE) desembolsou mais uma parcela de 1,5 mil milhões de euros (ME) do pacote de assistência macrofinanceira (AMF+) à Ucrânia fixado para este ano.
O pacote AMF+, de um valor total que pode ir até aos 18 mil ME em 2023, destina-se a ajudar a Ucrânia a, nomeadamente, assegurar a estabilidade macroeconómica e restaurar as infra-estruturas críticas destruídas, como as energéticas, destruídas pela guerra de invasão da Rússia, em 24 de Fevereiro de 2022.
A verba destina-se também a ajudar Kiev a continuar a pagar salários e pensões e a manter os serviços públicos essenciais, como hospitais, escolas e habitação para as pessoas deslocadas.
Ainda na semana finda, o alto-comissário da ONU para os Direitos Humanos Volker Turk, congratulou-se com a aprovação, pelas câmaras do parlamento indiano, de uma lei que reserva às mulheres um terço dos lugares na câmara baixa e nas assembleias regionais do país, anunciou a Agência France Presse (AFP).
Para Volker Turk, esta lei representa um "passo transformador" na legislação do país asiático, já que a proposta estava parada há quase três décadas e a sua aprovação tinha falhado em quatro ocasiões anteriores.
Mereceu tambem destaque no noticiário internacional da Angop o acordo rubricado entre a Eslováquia e a Ucrânia sobre um mecanismo de emissão e controlo de licenças, para evitar o bloqueio à comercialização dos cereais ucranianos, anunciou hoje o Ministério da Agricultura eslovaco.
O ministro da Agricultura eslovaco, Josez Bires, acordou os termos do novo entendimento com o seu homólogo ucraniano, Mykola Solskyi, ficando estabelecido que, até que a eficácia do novo sistema seja demonstrada, a Eslováquia vai manter a sua proibição unilateral de importação de sementes de milho, trigo, colza e girassol provenientes da Ucrânia até ao final de 2023.
O Governo de Kiev compromete-se, de imediato, a retirar a sua queixa contra a Eslováquia perante a Organização Mundial do Comércio (OMC), bem como a proibição das importações de alimentos eslovacos para a Ucrânia, garantiu o Ministério eslovaco.
A visita do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, a Ottawa, procedente dos Estados Unidos, onde nos últimos dias participou na Assembleia Geral da ONU, constou igualmente dos destaques na semana última.
Segundo um comunicado do gabinete do primeiro-ministro canadiano, Zelensky discursou no parlamento de Ottawa e iria deslocar-se a Toronto para reunir-se com representantes do sector privado para promover o investimento na reconstrução da Ucrânia.CS