Luanda - O noticiário internacional do mundo destacou, na semana que hoje, sábado, termina, entre outros assuntos, a visita que o Presidente russo, Vladimir Putin, efectuou à China, no quadro da busca de apoio económico e diplomático.
A visita do presidente russo a Beijing foi vista como uma demonstração de apoio à Iniciativa Faixa e Rota, um gigantesco projecto internacional de infra-estruturas que se tornou no principal programa da política externa da China.
Beijing considera a parceria com Moscovo fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, numa altura em que a sua relação com os Estados Unidos atravessa um período de tensão, marcada por disputas em torno do comércio e tecnologia.
A China e a antiga União Soviética foram rivais durante a Guerra Fria, disputando entre si influência entre os Estados comunistas.
Os dois países estabeleceram, desde então, parcerias nas esferas económica, militar e diplomática.
Médio Oriente - Evacuação
Outro facto que também fez eco no período em análise, foi a transferência das pessoas que residiam ao longo da fronteira entre Israel e Líbano, numa faixa de dois quilómetros, para zonas mais, devido a disparos provenientes do Líbano.
O plano foi anunciado no mesmo dia em que o exército israelita informou que um soldado foi morto num dos ataques com mísseis anti-tanque lançados do Líbano para Israel contra o posto militar de Nurit, reivindicado pela milícia xiita libanesa Hezbollah, apoiada pelo Irão.
Em resposta, o exército israelita atacou posições do Hezbollah no sul do Líbano por ar e artilharia, numa escalada de tensão, a mais grave na fronteira desde 2006.
As forças israelitas e o Hezbollah têm-se envolvido em ataques transfronteiriços, com registo de várias mortes, entre civis e militares.
Médio Oriente - Investigação
No período em referência, a Comissão de Investigação da ONU para os Territórios Palestinianos Ocupados deu início a recolher provas sobre crimes de guerra cometidos pelo Hamas, por outros grupos armados palestinianos e pelas forças de segurança israelitas, desde 07 de Outubro.
"As atrocidades que testemunhamos desde aquele dia (quando o Hamas atacou Israel) acrescentam uma urgência sem precedentes às nossas conclusões e recomendações", disse em comunicado a presidente da Comissão, Navy Pillay, que foi alta comissária da Organização das Nações Unidas (ONU) para os direitos humanos entre 2008 e 2014.
A jurista sul-africana acrescentou que, à luz dos acontecimentos recentes, "os civis e as instalações civis devem ser sempre protegidos, nunca são um alvo legítimo e todas as partes devem cumprir a sua obrigação de protegê-los de acordo com o direito humanitário internacional".
Alemanha – Apelo
O director geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, apelou ao Hamas para que liberte todos os "reféns civis" israelitas, ao mesmo tempo que se manifestou "muito preocupado" com os bombardeamentos contra "civis palestinianos" na Faixa de Gaza.
"A OMS apela ao Hamas para libertar os reféns civis", disse Tedros Adhanom Ghebreyesus, que descreveu os ataques do movimento palestiniano contra Israel como "injustificados", "horríveis", "bárbaros e que devem ser condenados".
A guerra entre Israel e o Hamas, que deixou milhares de mortos de ambos os lados, foi desencadeada após um ataque sangrento e sem precedentes lançado em 7 de Outubro pelo Hamas contra o território israelita a partir da Faixa de Gaza, sob o controlo do movimento islâmico palestiniano.
Nações Unidas – Ajuda humanitária
O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) rejeitou, em Nova Iorque, um projecto de resolução proposto pela Rússia que pedia um cessar-fogo humanitário imediato para aliviar a situação da população civil em Gaza.
A resolução foi rejeitada após quatro votos contra, cinco a favor e seis abstenções dos 15 Estados-membros do Conselho de Segurança, com a maioria dos países que vetou o projecto russo a criticar a falta de referência ao Hamas.
Após a votação, os Estados Unidos, um dos países a posicionar-se contra o texto, justificou a sua posição com o facto do projecto de resolução russo não condenar especificamente o Hamas pelo ataque a Israel.
“Infelizmente, a resolução da Rússia não cumpre todas estas responsabilidades (…), não fazendo qualquer menção ao Hamas. Ao não condenar o Hamas, a Rússia está a dar cobertura a um grupo terrorista que brutaliza civis inocentes. É ultrajante, é hipócrita e é indefensável”, acusou.
Na mesma óptica, a embaixadora britânica junto à ONU, Barbara Woodward, disse não poder apoiar uma resolução que não condene os ataques terroristas do grupo islamita.
“As acções do Hamas foram um ataque existencial à própria ideia de Israel como uma pátria segura para o povo judeu. É injusto que este Conselho ignore o maior ataque terrorista da história de Israel”, acrescentou.
O projecto de resolução russo apelava a “um cessar-fogo humanitário imediato, duradouro e totalmente respeitado” e “condenava veementemente toda a violência e hostilidades dirigidas contra civis e todos os actos de terrorismo”, mas não continha nenhuma referência ao Hamas.
A propósito, o embaixador russo junto à ONU, Vasily Nebenzya, lamentou que o Conselho de Segurança “volte a ficar refém do ego e das intenções egoístas” dos países ocidentais, referindo-se aos Estados Unidos, França e Reino Unido que, juntamente com o Japão, votaram contra o seu projecto – que, por outro lado, contou com votos favoráveis da China, Gabão, Moçambique, e Emirados Árabes Unidos.
Além de um cessar-fogo humanitário, o projecto russo pedia também a libertação de todos os reféns, o acesso à ajuda e uma retirada segura dos civis.
Iraque – Ataque
Vários 'drones' suicidas foram lançados contra duas bases militares norte-americanas no Iraque, tendo um deles sido reivindicado por uma milícia apoiada pelo Irão.
No primeiro ataque, dois dos aparelhos não tripulados foram interceptados, segundo um responsável do Departamento de Defesa dos Estados Unidos da América (EUA), citado pelas agências internacionais.
Horas depois, uma milícia apoiada pelo Irão no Iraque anunciou que tinha lançado outro ataque de 'drones' a uma segunda base.
Estes ataques acontecem numa altura de crescente tensão no Médio Oriente e de aumento dos receios de que a guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas se alargue a outras zonas da região. JM