Luanda – A importância dos acordos de cereais do Mar Negro, a assunção da presidência do Mercosul pelo presidente brasileiro Lula da Silva, bem como a extensão do mandato do secretário-geral da NATO, constituíram, dentre outros, os assuntos destacados no noticiário internacional durante a semana que hoje finda.
O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, defendeu, em Nova Iorque, a importância da prorrogação dos acordos dos cereais do Mar Negro para a redução sustentada dos preços dos alimentos, considerando "indispensáveis" à segurança alimentar global as exportações ucranianas e russas.
Para Guterres, esses acordos, que permitem a exportação de cereais e fertilizantes da Ucrânia e da Rússia para os mercados internacionais, são uma "demonstração muito rara do que o mundo pode fazer quando pensa nos grandes desafios do nosso tempo".
Entretanto, a Rússia afirmou que os navios que transportam cereais dos portos ucranianos devem abandonar o Mar Negro antes do acordo de Istambul expirar no dia 17 deste mês, reiterando que não pretende uma nova extensão do entendimento.
Segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, o lado russo continua a abordar com consciência e responsabilidade as suas obrigações como parte do acordo, fazendo os esforços necessários em estrita conformidade com as regras de procedimento para que todos os navios participantes possam concluir com êxito a sua missão e deixar o Mar Negro antes da sua validade expirar.
O noticiário internacional da Angop destacou também a assunção do presidente brasileiro, Lula da Silva, à presidência do Mercosul, após receber o testemunho do seu homólogo argentino, Alberto Fernández, que estabeleceu como objectivo prioritário fechar "neste semestre" um acordo "definitivo" com a União Europeia (UE).
Fernández entregou ao líder brasileiro a chefia do bloco Mercosul, que inclui também o Paraguai e o Uruguai, encerrando assim a Cimeira de Chefes de Estado do grupo sul-americano.
Luiz Inácio Lula da Silva sublinhou que o Mercosul tem pela frente "compromissos inadiáveis" e citou as negociações com a EU.
Ainda nos últimos sete dias, o secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), Jens Stoltenberg, anunciou a extensão do seu mandato até um de Outubro de 2024, na sequência de uma decisão concertada entre os 31 Estados-membros da Aliança Atlântica.
"Estou honrado pela decisão dos aliados da Organização do Tratado do Atlântica Norte) de prolongarem o meu mandato como secretário-geral até um de Outubro de 2024", escreveu Jens Stoltenberg na rede social Twitter.
O secretário-geral da NATO acrescentou que "a ligação transatlântica entre a Europa e a América do Norte tem assegurado a liberdade e segurança durante quase 75 anos".
E na Turquia, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, anunciou que o seu país tomará "a melhor decisão" em relação à adesão da Suécia à Aliança Atlântica, numa declaração antes da cimeira da NATO, que acontece na próxima semana em Vílnius (Lituânia).
"Vamos discutir isso com os nossos aliados durante a cimeira que terá lugar na terça-feira em Vílnius e vamos tomar a melhor decisão, seja ela qual for", prometeu o chefe de Estado turco, quando se preparava para receber o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Istambul.
O presidente turco que tem objectado à entrada da Suécia na NATO, desde Maio de 2022, criticando a posição de Estocolmo perante milícias curdas disse hoje que é favorável a uma "política de portas abertas", mas voltou a criticar a proximidade da Suécia a organizações que considera serem terroristas.
Durante a semana que hoje finda, a ONU alertou para o "perigoso aumento" das tensões na Cisjordânia ocupada e apelou à protecção da população civil, horas após uma nova operação militar israelita em Jenin, que provocou oito mortos e mais de 50 feridos.
"A operação (militar israelita) surge após meses de tensões crescentes que nos recordam, mais uma vez, que a situação é extremamente volátil e imprevisível em toda a Cisjordânia ocupada", afirmou o coordenador especial da ONU para o processo de paz no Médio Oriente, Tor Wennesland, numa série de mensagens na conta pessoal da rede social Twitter.
Wennesland confirmou os contactos com todas as partes e explicou que tinha pedido a todas elas para abrandarem "com urgência" as tensões e garantirem o acesso humanitário e a assistência médica em Jenin, onde as forças israelitas chegaram a lançar bombardeamentos para combater a presença de grupos terroristas.
Um outro assunto destacado foi o pronunciamento do presidente francês, Emmanuel Mcron, que pediu um maior esforço de reflexão sobre as causas dos tumultos que agitaram a França nos últimos dias, após a morte de um jovem de 17 anos baleado pela polícia durante um controlo de trânsito.
"Todos vivemos um momento importante na vida da nossa nação", disse Emmanuel Macron, acrescentando que a França precisa agora de "ordem, calma e unidade".
O agente da polícia suspeito de ter alvejado mortalmente o jovem está em prisão preventiva e foi acusado de homicídio voluntário.
Ainda durante a semana, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, deslocou-se a Bulgária para uma visita oficial, naquela que foi a primeira deslocação a Sófia desde que assumiu o cargo de chefe de Estado.
De acordo com o Governo búlgaro tratou-se de uma visita destinada, sobretudo, a acelerar a entrega de armas ligeiras e munições de fabrico soviético, no âmbito da contra ofensiva das forças ucranianas contra as forças invasoras da Rússia na Ucrânia.
Um outro assunto divulgado no noticiário internacional foram as declarações do presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, que assegurou que o líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, está “absolutamente” seguro no que diz respeito ao seu regresso à Rússia, considerando que o seu homólogo, Vladimir Putin, não é “malicioso” nem “vingativo” para o matar, segundo Sky News.
“Se pensam que Putin é malicioso ou vingativo e que Prigozhin será morto amanhã… Não, isso não acontecerá”, apontou, citado pela Sky News.
As declarações surgiram depois de o chefe de Estado ter revelado que o mercenário já deixou a Bielorrússia, onde estava exilado na sequência de um acordo que permitiu a Prigozhin pôr termo ao motim levado a cabo no dia 24 de Junho.
E na Rússia, um acidente numa fábrica de explosivos para a indústria mineira na região de Samara, no centro do país, matou pelo menos seis pessoas e feriu outras duas, segundo as agências russas.
"Houve uma explosão na fábrica Promsintez em Chapayevsk. Seis pessoas morreram e duas outras ficaram feridas", disse um representante dos serviços de emergência à agência estatal TASS.
Segundo a TASS, a explosão ocorreu durante a "desmontagem de um tubo técnico", mas conseguiu-se evitar um incêndio.
Uma outra notícia triste aconteceu nos EUA, onde dois autocarros, incluindo um turístico, colidiram num bairro nova-iorquino de Manhattan, causando mais de 80 feridos, 18 dos quais foram hospitalizados, disseram os bombeiros citados pela agência Reuters.
O acidente ocorreu perto do parque Gramercy, disse o vice-chefe dos bombeiros de Nova Iorque, Kevin Murphy. CS