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Resenha Internacional

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  • Luanda • Sábado, 01 Julho de 2023 | 05h25
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Exportaçao de bebidas angolanas pelo mundo

Luanda – A apreensão pelo governo israelita de milhões de dólares em moedas digitais de contas que enviavam e recebiam fundos em alegados esquemas de financiamento do Hezbollah libanês e o exílio do líder do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, na Bielorussia, na sequência de um acordo mediado por Minsk, foram alguns dos destaques do noticiário internacional da ANGOP, na semana que hoje finda.

O ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, que ordenou a apreensão, descreveu a operação "extensiva" como a primeira de Israel dirigida contra o Hezbollah e a uma unidade de elite da Guarda Revolucionária iraniana, a Quds Force (Força Jerusalém).

Gallant alegou, na ocasião, que o Hezbollah e a Força Jerusalém dependem das moedas digitais para se financiar, adiantando que a apreensão destes fundos ilícitos serviu de aviso para quem financia o terrorismo, uma vez que as autoridades israelitas desenvolveram instrumentos e técnicas que podem identificar os envolvidos neste processo.

Entretanto, na sequência de um acordo mediado por Minsk, o líder do grupo Wagner, Yevgueni Prigozhin, ficará exilado na Bielorrússia, depois de ter ordenado aos seus homens que marchavam em direcção a Moscovo para darem meia volta e regressarem às posições na Ucrânia, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.

Em reacção, o Kremlin disse que não perseguirá Prigozhin e ofereceu aos mercenários que não participaram na rebelião a possibilidade de integrarem as forças regulares russas.

Sábado passado, os combatentes do grupo Wagner terão chegado até 200 quilómetros da capital russa, Moscovo, representando o maior desafio nas mais de duas décadas de poder de Vladimir Putin.

Ainda sobre a rebelião do grupo Wagner, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Serguei Lavrov, declarou, ao canal televisivo russo RT, que as autoridades do país estão a investigar um eventual envolvimento de serviços secretos ocidentais no motim do grupo paramilitar Wagner.

Outro destaque do noticiário internacional foi a apresentação pela Comissão da União Europeia de uma estratégia para as alterações climáticas e degradação ambiental nas áreas da paz, segurança e defesa, em que se pretende concertação de posições com parceiros como a NATO.

Em comunicado, os 27 reconheceram que os fenómenos climáticos cada vez mais recorrentes, como as temperaturas elevadas em vários locais do planeta, a desertificação, as cheias e monções, as "ameaças à biodiversidade, a poluição e contaminações ambientais, estão a prejudicar a saúde e bem-estar da Humanidade".

Foi igualmente realce o anúncio do retorno oficialmente dos Estados Unidos à UNESCO, que havia abandonado durante a Presidência de Donald Trump (2017-2021), após uma votação favorável numa conferência-geral extraordinária desta agência especializada da ONU com sede em Paris.

No total, 132 Estados votaram a favor do regresso dos norte-americanos, 15 abstiveram-se e dez opuseram-se, entre os quais o Irão, a Síria, a China e, sobretudo, a Rússia, cuja delegação multiplicou na quinta-feira às intervenções sobre questões processuais e hoje sobre alterações, com o objectivo de prolongar os debates.

Ainda nos últimos sete dias, foi também destaque a notícia sobre a inelegibilidade, até 2030, do antigo presidente do Brasil Jair Bolsonaro, decretada pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação durante a liderança do país.

O antigo presidente ainda pode recorrer da sentença tanto junto do TSE, como do Supremo Tribunal Federal (STF). Na verdade, o advogado de defesa Tarcísio Vieira de Carvalho Neto já anunciou que recorrerá ao STF.

Contudo, Bolsonaro tem mais de uma dúzia de processos que tramitam no TSE, entre ataques verbais ao sistema eleitoral e uso da máquina pública em benefício próprio, que o podem fazer perder os direitos políticos.

A semana foi ainda marcada pelo alerta da ONU sobre a disseminação de drogas sintéticas no mundo, apontando para "consequências desastrosas".

A propósito, o Escritório das Nações Unidas para as Drogas e o Crime (UNODC, na sigla em inglês) escreveu que o fentanil, um opióide sintético 50 vezes mais potente do que a heroína, mudou radicalmente o consumo de opióides na América do Norte.

Em 2021, a maioria das mortes por “overdose” nesta região foi atribuída a opióides. E é provável que a produção dessas substâncias venha a aumentar ainda mais, de acordo com a organização sediada em Viena, capital da Áustria.

Em todo o mundo, mais de 296 milhões de pessoas consumiram drogas em 2021, um aumento de 23% em 10 anos, sendo que a canábis continua a ser, de longe, a droga mais consumida, de acordo com as Nações Unidas.

O anúncio dos EUA da suspensão do financiamento de pesquisas científicas com instituições académicas israelitas na Cisjordânia, distanciando-se da política do Estado judeu no território ocupado, marcou igualmente o noticiário internacional dos últimos sete dias.

A medida do governo democrata norte-americano liderado por Joe Biden reverte uma medida do antecessor, Donald Trump, que rejeitou o consenso internacional de que Israel ocupou ilegalmente a Cisjordânia desde a Guerra dos Seis Dias de 1967.

A decisão vai aplicar-se principalmente à Ariel University, uma importante instituição fundada em 1982 no que era então uma nova colónia na Cisjordânia.

Na semana que hoje finda, a China inaugurou o maior complexo híbrido solar e hidroeléctrico do mundo, com capacidade de geração de um milhão de quilowatts.

A central fotovoltaica de Kela é a primeira fase do complexo híbrido Lianghekou, situado no curso do rio Yalong, na província central de Sichuan, que irá fornecer electricidade à metrópole vizinha de Chongqing durante o pico de procura do verão.

A imprensa chinesa destacou que é também o projecto híbrido solar e hidroeléctrico situado à maior altitude do mundo, já que o ponto mais elevado se encontra a cerca de 4.600 metros acima do nível do mar.

Outra matéria de realce esta semana, foi a decisão dos 27 Estados-membros da União Europeia em aumentar em 3,5 mil milhões de euros o teto financeiro do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz, para assegurar a sustentabilidade deste instrumento e assegurar a resposta a conflitos.

Com este incremento, o teto financeiro do MEAP passou a ser de mais de 12 mil milhões de euros.

Também na semana que hoje termina, a polícia filipina resgatou cerca de 2.700 trabalhadores de vários países que foram alegadamente enganados e estavam a trabalhar em portais ilegais de jogos ou noutros crimes informáticos.

Até ao momento, foi resgatado um número recorde de vítimas de tráfico humano em sete prédios na cidade de Las Pinas, na região metropolitana de Manila.

Esta situação, segundo as autoridades, indica como as Filipinas se tornaram uma base importante de operações para sindicatos do crime informático.

Os crimes informáticos tornaram-se um grande problema na Ásia, com relatos de pessoas de várias partes do mundo que foram atraídas para esses empregos, de países como Myanmar e Camboja, devastados por conflitos internos.





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