Luanda - A morte do ex-primeiro-ministro e empresário italiano Silvio Berlusconi, aos 86 anos, e a entrega de armas tácticas nucleares a Minsk foram alguns dos assuntos internacionais marcantes na semana que hoje termina.
Na Itália, o óbito de Berlusconi, anunciado na segunda-feira, em Milão, foi sentido por políticos locais e da Europa, assim como da sociedade civil e religiosa.
Silvio Berlusconi foi uma figura polémica, magnata dos 'media', conservador e primeiro-ministro da Itália durante nove anos (1994-1995, 2001-2006, 2008-2011). Foi expulso do Senado italiano em 2013 por acusações de corrupção e por escândalos sexuais.
Em 2022, o multimilionário regressou como senador e líder do partido que fundou, Força Itália, membro da coligação de direita e actualmente no poder, liderada pela primeira-ministra Giorgia Meloni.
Os seus restos mortais foram a enterrar na quarta-feira, mas antes disso foram várias as homenagens e condolências enviadas à família.
Ainda esta semana, o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, revelou que o seu país já começou a receber armas nucleares tácticas prometidas pela Rússia.
A notícia surge após o presidente bielorrusso ter proferido declarações que parecem contradizer a posição do chefe de Estado russo, Vladimir Putin, acerca do uso potencial desse armamento.
"Temos já mísseis e bombas que recebemos da Rússia", confirmou em entrevista à televisão estatal russa, citada pela Sky News.
Entretanto, os alemães também mostraram-se interessados em possuir o mesmo materila de guerra, estando neste momento o Governo local a tentar desbloquear uma verba de quatro mil milhões de euros para adquirir o sistema de defesa antimísseis israelita "Arrow 3".
Igualmente neste mesmo período, a ONU revelou que o número de deslocados forçados no mundo alcançou até Maio deste ano 110 milhões, e aponta os conflitos na Ucrânia e no Sudão como factores que contribuíram para o "maior aumento de sempre".
Deste total, explicou à agência da ONU, 35,3 milhões são refugiados, ou seja, pessoas que atravessam as fronteiras internacionais para procurar segurança, enquanto 50 por cento - 62,5 milhões de pessoas - tornaram-se deslocadas nos próprios países devido ao conflito e à violência.
A guerra na Ucrânia foi o principal impulsionador do deslocamento em 2022, com o número de refugiados a aumentar de 27.300, no final de 2021, para 5,7 milhões, no final de 2022, "representando o mais rápido fluxo de refugiados desde a Segunda Guerra Mundial", de acordo com o ACNUR.
Também nos últimos sete dias, os Estados Unidos América anunciaram um apoio adicional de 920 milhões de dólares (850 milhões de euros) de ajuda humanitária à Síria no Âmbito da VII Conferência de Bruxelas "Apoiar o futuro da Síria e a região”.
A decisão, divulgada num comunicado da secretária de Estado para a Segurança civil, democracia e direitos humanos, Uzra Zeya, eleva para 1,1 mil milhões de dólares (mil milhões de euros) o apoio concedido em 2023 e para quase 16,9 mil milhões de dólares (15,6 mil milhões de euros) desde o início da crise do país em 2011.
O apoio foi justificado pelas necessidades de ajuda humanitária agravadas pelos devastadores sismos na Turquia e Síria em Fevereiro passado, e no compromisso com o povo sírio, exortando outros doadores a aumentarem as suas contribuições. DSC/JM