Luanda – A assinatura de um acordo entre a Rússia e a Bielorrússia e a retoma das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Canadá, após cinco anos de divergências, constituíram os principais destaques do noticiário internacional da ANGOP na semana que hoje, sábado, finda.
O entendimento alcançado entre a Rússia e a Bielorrússia formaliza os procedimentos para o envio e instalação de armas nucleares tácticas em território bielorrusso, mantendo-se, porém, o controlo do armamento em território russo.
A este propósito, o ministro da Defesa bielorrusso, Viktor Khrenin, disse, em Minsk (capital da Biolorrussia, durante uma reunião com o homólogo russo, Serguei Shoigu, que a instalação de armas nucleares não estratégicas é uma resposta eficaz à política agressiva de países hostis" à Rússia e à Bielorrússia.
Em Março, o Presidente russo, Vladimir Putin, indicou que tinha já acertado com o homólogo bielorrusso, Alexander Lukashenko, a intenção de Moscovo instalar armas nucleares tácticas de curto alcance e de pequeno rendimento na Bielorrússia.
No período em análise, a diplomacia saudita anunciou a decisão de o seu país nomear novos embaixadores e "restaurar o nível das relações diplomáticas com o Canadá ao seu estado anterior" até 2018, quando romperam relações por causa das críticas canadianas às violações dos direitos humanos no reino árabe.
Esta decisão resulta das conversações mantidas entre o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohamed bin Salman, e o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, à margem da cimeira da Cooperação Económica Ásia-Pacífico (APEC) , que decorreu em Banguecoque em Novembro.
Na semana de 21 a 27 do corrente mês mereceu também destaque o apelo feito pelo secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, sobre a necessidade de se reformar o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU), o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM).
Segundo Guterres, no quadro da economia e finanças globais, existe uma distorção injusta e sistemática a favor dos países ricos que, como é natural, tem gerado uma enorme frustração no mundo em vias de desenvolvimento.
Na sua intervenção na cimeira do G7, em Hiroxima, Japão, Guterres defendeu uma reforma do Conselho de Segurança da ONU e das duas grandes instituições internacionais resultantes do acordo de Bretton Woods em 1945, o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Mundial (BM), para transformar de vez as relações de poder, financeiras e morais que afundaram os países em desenvolvimento a golpes de endividamento.
O secretário-geral das Nações Unidas citou como exemplo os planos de recuperação da pandemia de covid-19 dos países do G7, com uma população total de 772 milhões de pessoas, beneficiaram 280.000 milhões de dólares (cerca de 260 mil milhões de euros) atribuídos pelo Fundo Monetário Internacional (FIM), enquanto todo o continente africano, onde vivem 1.300 milhões de pessoas, recebeu apenas 34 mil milhões de dólares (cerca de 31 mil milhões de euros).
As eleições legislativas em Timor-Leste, ganhas pelo Congresso Nacional para a Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, mas sem maioria absoluta, obtendo a maior vitória de sempre, garantindo 31 dos 65 lugares do parlamento, mereceram igualmente realce.
Ainda na semana que hoje termina, foi destaque o alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) sobre um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infectadas com a doença.
Actualmente, 24 países registam casos de cólera, de acordo com a OMS, a doença pode espalhar-se para 43 nações, colocando um bilião de pessoas em risco.
Outras matérias de destaques na última semana foram as intensas chuvas que caíram sobretudo na região de Múrcia, em Espanha, que causaram estragos, inundações e bloquearam estradas, bem como na região de Emília-Romana, no nordeste da Itália, onde se registou 14 mortes e vários danos materiais.
No período de 21 a 27 deste mês, o anúncio da China em manter "firme apoio" à Rússia nas questões "fundamentais” foi outro dos destaques do noticiário internacional da ANGOP .
Segundo o Presidente chinês, Xi Jinping, a China está disposta a "manter um firme apoio mútuo à Rússia" em questões relacionadas com os "interesses fundamentais" dos dois países.
O governante chinês também afirmou que pretende "continuar a fortalecer os intercâmbios culturais" e garantiu que "a China procura trabalhar com a Rússia e os países da União Económica da Eurásia para promover um mercado regional mais aberto e garantir o funcionamento das cadeias de fornecimento".
As trocas comerciais entre a China e a Rússia aumentaram 34,3 por cento no ano passado, permitindo ao Governo russo atenuar os efeitos das sanções impostas pelo Ocidente na sequência da ofensiva militar russa no território ucraniano.
O anúncio da morte da artista Tina Turner, aos 83 anos, marcou igualmente o noticiário internacional. Considerada rainha do Rock'n Roll faleceu em sua casa, em Küsnacht, perto de Zurique, na Suíça, após lutar contra uma doença prolongada. JM