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Republicanos dos EUA reféns de "divergências internas", dizem analistas

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  • Luanda • Quarta, 11 Janeiro de 2023 | 11h03
Mapa dos EUA
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Divulgação

Washington - O Partido Republicano dos EUA não consegue disfarçar profundas divisões internas, que provocaram uma difícil e prolongada escolha do seu líder na Câmara de Representantes, que pode beneficiar os Democratas e o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

Kevin McCarthy apenas conseguiu ser eleito como líder da bancada Republicana na Câmara de Representantes do Congresso à 15ª tentativa, na madrugada de sábado, perante a resistência de um grupo de ultra-conservadores - próximos do ex-Presidente Donald Trump - que apenas conseguiu vencer após diversas concessões.

Neste cenário, os analistas norte-americanos consideram que a maioria Republicana na Câmara de Representantes ficou agora refém de extremistas, que podem com facilidade desbaratar a vantagem política de dominar um órgão de poder que tradicionalmente é muito eficaz a fazer o contrapeso à Casa Branca, dominada pelos Democratas.

"Os Republicanos lutaram muito por ganhar esta maioria. Mas ela pode tornar-se absolutamente inútil, se se mantiverem as divergências internas, para gáudio dos Democratas, que já sonham em fazer aprovar legislação, tirando proveito das prováveis abstenções na bancada adversária", explica Tom Adkins, analista político próximo da facção Tea Party.

Contudo, para Chip Roy - membro Republicano eleito pelo Texas e figura próxima de Trump - este episódio da escolha de McCarthy pode ser um bom prenúncio de uma legislatura combativa contra o domínio Democrata na Casa Branca e no Senado.

"Se calhar, precisamos de 'partir a loiça', para sermos escutados e para podermos lutar pelo povo norte-americano", explicou Roy, numa recente entrevista televisiva, em que argumentou em favor de uma atitude de radicalização das posições do seu partido na área económica, para haver uma séria demarcação das políticas defendidas pelo Presidente Democrata Joe Biden.

Esta facção mais radical acredita que o partido deve construir uma agenda económica que faça descer substancialmente os impostos, com o benefício de anular o que considera ser "a megalomania de investimento público" de Biden.

A certa altura, numa tentativa de resolver o impasse em torno da eleição do novo 'speaker', a facção mais conservadora do Partido Republicano conseguiu convencer Trump a fazer um apelo no voto em McCarthy, para garantir alguma coesão entre a nova maioria na Câmara.

O ex-presidente apareceu publicamente a defender a escolha de McCarthy, mas poucas horas depois o congressista voltou a falhar a tentativa de reunir os 218 votos necessários, revelando que as divisões internas no partido são bem mais profundas do que uma simples cisão entre os apoiantes de Trump e a ala mais moderada do partido.

Para conseguir ser eleito, McCarthy - congressista de 57 anos eleito pela Califórnia - teve de fazer diversas cedências aos sectores mais radicais do seu partido.

Aliás, as cedências feitas foram tantas que, no Capitólio, corria a anedota de que não se sabia se McCarthy ainda tinha os dois rins ou se já tinha sido obrigado a doar um deles para conseguir os votos necessários.

A fragilidade do novo 'speaker' é tal que se viu obrigado a conceder o apoio a uma proposta de alteração de regras da Câmara, segundo a qual um único membro pode pedir uma votação para o retirar do cargo.

Dentro da bancada Republicana na Câmara também prevalecem posições mais moderadas e dialogantes, como a que é defendida pelo congressista Dan Creshaw, que condenou a oposição interna feita a McCarthy, alegando que "degradou a imagem do partido", e argumentando que não se deve impedir a negociação com os Democratas, nas grandes questões nacionais e internacionais, incluindo o apoio à Ucrânia, na resistência à invasão russa.

"Quando ouvimos Republicanos a dizerem tudo e o seu contrário, ficamos com a certeza de que nos lábios de Biden cresce um enorme sorriso", explica Tom Adkins.

Lamentando que este partido não seja capaz de construir uma plataforma eficaz de lançamento de uma candidatura vencedora nas eleições presidenciais de 2024.

"E não precisa de ser a candidatura de Trump. Não faltam conservadores convictos no partido", conclui o analista.



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