Nova Iorque - O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, viu hoje o tribunal de recurso Nova Iorque rejeitar o seu terceiro pedido para adiar o julgamento por alegada utilização de fundos de campanha presidencial para comprar o silêncio de uma actriz 'porno'.
A defesa de Trump pediu esta manhã ao tribunal de recurso de Nova Iorque para adiar o julgamento usando uma ferramenta legal conhecida como o "artigo 78", que permite aos arguidos pedir assistência para o que consideram ser acções governamentais ilegais.
"Estamos aqui a pedir este adiamento porque há restrições em curso que não podem funcionar de forma constitucional num ambiente de julgamento", referiu o advogado de Trump, Emil Bove.
Na audiência, teve lugar num átrio da cave do tribunal porque a sala de audiências normal não estava disponível.
"Trata-se de um julgamento extremamente importante. É um processo histórico e sem precedentes", disse Bove, acrescentando que "isto só pode ser feito uma vez e tem de ser feito correctamente".
O julgamento do ex-presidente tem início marcado para a próxima segunda-feira, dia 15 de Abril.
Segundo noticia a EFE, a juíza demorou cerca de meia hora a responder ao pedido, recusando-o, mas um painel de juízes vai ainda ouvir mais tarde os argumentos dos advogados.
A defesa de Trump espera que estes juízes atendam aos seus pedidos para mudar de tribunal, evitando assim o de Manhattan, e para modificar a ordem de silêncio que lhe foi imposta e o impede de falar sobre as testemunhas ou sobre os familiares do promotor e do juiz.
A procuradoria de Manhattan acusou o ex-presidente de 34 crimes relacionados com os 130 mil dólares que pagou à actriz pornográfica, Stormy Daniels, durante a campanha presidencial de 2016, para esconder um alegado caso extraconjugal, pagamentos que Trump escondeu com a colaboração do então advogado na altura, Michael Cohen.
Além do processo em Nova Iorque, Trump enfrenta um processo em Washington por tentativa de anulação ilegal dos resultados das eleições de 2020.
Está também marcado para 20 de Maio o julgamento na Florida, no qual Trump é acusado de ter armazenado ilegalmente material confidencial na sua mansão em Mar-a-Lago.
Há também o caso em que a Procuradoria do Condado de Fulton (Geórgia) acusa Trump de tentar subverter os resultados eleitorais de 2020 naquele Estado. GAR