Londres - O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, disse hoje, quinta-feira, que o Reino Unido já retirou do Afeganistão a "esmagadora maioria" dos seus cidadãos e outras pessoas identificadas para serem retiradas daquele país.
Em declarações aos meios de comunicações no norte de Londres, após reunir-se com militares que coordenam as operações de retirada na zona, o líder conservador disse que "cerca de 15 mil pessoas" já foram retiradas por militares britânicos em Cabul.
"Durante o tempo que nos resta, que pode ser muito pouco, faremos todo o possível para tirar os restantes", disse o primeiro-ministro.
Questionado sobre a "ameaça" iminente de um ataque terrorista nas proximidades do aeroporto de Cabul pelo grupo denominado Estado Islâmico da Província de Khorasan (ISKP, na sigla em inglês), Johnson indicou que neste momento é preciso ser "transparente sobre os riscos" implícitos na operação de retirada de pessoas que está a ser realizada.
"Não posso entrar em detalhes, claramente, mas devemos levar em conta a segurança de nosso pessoal, mas também dos afegãos que estão a tentar sair", declarou.
Sobre o prazo de operação, previsto até 31 de Agosto, Johnson garantiu que isso não marcará o fim do compromisso do Reino Unido em ajudar aqueles que desejam deixar o Afeganistão.
Sobre os actuais bloqueios nas estradas afegãs impostos por militantes dos talibãs para impedir que civis cheguem ao aeroporto de Cabul, Johnson declarou que se o regime talibã deseja estabelecer uma "relação diplomática e política com o resto do mundo (...), a condição fundamental é que proporcionem uma passagem segura para quem deseja sair (do país)".
O primeiro-ministro britânico também observou que o próximo desafio será ajudar os afegãos retirados a "integrarem-se" na sociedade britânica.
"O verdadeiro trabalho agora será garantir que tenham residência, tenham as capacidades e as oportunidades de se integrarem na nossa sociedade", disse.
Estas declarações ocorreram depois de o ministro das Forças Armadas do Reino Unido, James Heappey, ter revelado que "informações muito confiáveis" foram recebidas que apontam para a possibilidade de que um ataque terrorista "iminente" e "sério" poderia ocorrer na capital afegã.
Como resultado dessa informação, o Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico modificou a sua recomendação oficial de viagem é para os seus cidadãos não se aproximarem do aeroporto afegão, mas se afastar do local, "encontrar um local seguro e aguardar novas instruções".