Damasco - O chefe dos rebeldes sírios declarou na sexta-feira que quer derrubar o presidente sírio, Bachar al-Assad, depois de os seus combatentes se terem apoderado de dezenas de localidades e cidades-chave.
Depois de terem assumido o controlo de Alepo, a grande cidade do norte, e Hama, no centro, em menos de uma semana, os rebeldes estão à porta de Homs, a 150 quilómetros da capital, Damasco, no que tem sido o avanço mais espetacular em 13 anos de guerra, noticia a Lusa.
Na noite de quinta-feira, o Observatório Sírio dos Direitos do Homem (OSDH) anunciou que as tropas do governo tinham perdido o controlo da cidade de Deraa, no sul, bem como a maior parte da província homónima, berço do levantamento popular de 2011.
"As fações locais assumiram o controlo de mais zonas na província de Deraa, incluindo a cidade de Deraa. Controlam agora mais de 9º% da província, enquanto as forças do governo estão a retirar", especificou a organização não-governamental baseada em Londres.
Os sucessos militares dos rebeldes ocorrem também a leste do país, confrontado com uma guerra complexa que já causou meio milhão de mortos, desde 2011, e o dividiu em zonas de influência, com os beligerantes apoiados por várias potências estrangeiras.
Perante a ofensiva lançada de surpresa em 27 de Novembro a partir da província de Idlib, bastião dos rebeldes no noroeste sírio, as forças governamentais retiraram-se de algumas regiões ou fizeram operações aéreas com os aliados russos e terrestres.
Principal aliado do regimento sírio, a Federação Russa, a braços com a sua invasão da Ucrânia, apelou aos seus cidadãos para que saíssem da Síria.
Em 2015, a sua ajuda militar foi criucial para inverter o curso da guerra e permitir a Assad recuperar grande parte do território.
Se assumirem o controlo de Homs, a terceira cidade do país, no centro, o governo apenas controla Damasco e a sua costa mediterrânica.
"Quando falamos de objetivos, o fim da revolução é derrubar as normas. Temos o direito de utilizar todos os meios necessários para atingir este objetivo", disse à CNN o chefe do grupo islamita Hayat Tahrir al-Sham (HTS), que lidera a coligação rebelde, Abou Mohammed al-Jolani. AM