Moscovo - O Presidente russo, Vladimir Putin, depois de ter dito a um grupo de oficiais sénior que a Rússia vai considerar o uso de armas nucleares caso seja atacado algum estado com armas convencionais, segundo a AFP.
A ameaça foi feita, segundo o The Guardian, esta quarta-feira, num encontro com o Conselho de Segurança da Rússia, onde o líder russo anunciou mudanças à doutrina nuclear do país.
Recorde-se que a doutrina actual prevê que a Rússia use o seu arsenal nuclear "em resposta ao uso de armas nucleares e outros tipos de armas de destruição em massa contra si e/ou seus aliados, bem como em caso de agressão contra a Federação Russa com o uso de armas convencionais quando a própria existência do Estado está em perigo".
Putin afirmou agora que a Rússia consideraria a possibilidade de utilizar armas nucleares se Moscovo recebesse “informações fiáveis” sobre o início de um lançamento maciço de mísseis, aviões ou drones contra a Rússia.
Avisou ainda que uma potência nuclear que apoie o ataque de outro país à Rússia será considerada participante na agressão, emitindo uma ameaça ao Ocidente, numa altura em que os líderes estrangeiros continuam a ponderar se devem autorizar a Ucrânia a utilizar armas de longo alcance.
A 12 de Setembro, Putin tinha advertido que uma autorização dos países ocidentais à Ucrânia para ataques com mísseis de longo alcance contra território russo significaria que "os países da NATO estão em guerra com a Rússia".
"Se esta decisão (de uso de mísseis de longo alcance ocidentais) for tomada, significará nada menos do que o envolvimento directo dos países da NATO (Organização do Tratado do Atlântico Norte) na guerra na Ucrânia", advertiu Putin.
Acrescentou num vídeo publicado na rede social Telegram, segundo Putin, ."isso mudaria a própria natureza do conflito. Significaria que os países da NATO estão em guerra com a Rússia".
A Ucrânia tem vindo a pedir autorização para atacar alvos no interior do território russo com mísseis fornecidos por países como os Estados Unidos e Reino Unido. GAR