Washington - O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, defendeu hoje um novo acordo nuclear com o Irão e pediu que as negociações começassem imediatamente nesse sentido.
"Quero que o Irão seja um país grande e bem-sucedido, mas sem armas nucleares", disse Trump na sua rede social, a Truth Social, depois de afirmar que os relatos sobre os Estados Unidos estarem a "trabalhar com Israel para explodir o Irão em pedaços são muito exagerados".
"Preferia muito mais um acordo de paz nuclear verificado que permitisse ao Irão crescer e prosperar em paz. Devemos começar a trabalhar imediatamente", disse Trump, acrescentando que, uma vez assinado e concluído o acordo, será "uma grande festa no Médio Oriente".
A mensagem surgiu depois de o presidente norte-americano dizer na terça-feira que tinha dado instruções para que, se o Irão o assassinasse, aquele país fosse aniquilado. Trump assinou também um memorando para restabelecer a política de pressão máxima sobre o regime dos iranianos.
O próprio Trump já tinha usado a frase "explodir em mil pedaços" o Irão em Setembro passado, sugerindo que o país estava por trás de duas tentativas de assassínio contra ele.
O Departamento de Justiça norte-americano anunciou, em Novembro, que tinha frustrado uma conspiração iraniana para assassinar Trump antes das eleições presidenciais.
Hoje, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano previu que a política de pressão máxima que o presidente norte-americano diz querer exercer sobre Teerão será um fracasso.
"Eu acredito que a [política de] pressão máxima é uma experiência falhada e tentá-la novamente será um fracasso ainda maior", afirmou Abbas Araghchi aos jornalistas após uma reunião de gabinete em Teerão.
Estas palavras, que aparentemente são uma tentativa de aproximação, são as mais fortes dirigidas indirectamente aos Estados Unidos.
Nas últimas semanas, o Irão tem aumentado os seus sinais de abertura em relação aos países ocidentais, particularmente aos Estados Unidos, demonstrando o desejo de concluir um acordo sobre o seu programa nuclear.
Os Estados Unidos de Donald Trump retiraram-se em 2018 do acordo internacional sobre a energia nuclear iraniana, concluído três anos antes em Viena e que oferecia a Teerão uma redução das sanções em troca de uma limitação das suas ambições nucleares.
Após a retirada unilateral de Washington, o Irão voltou atrás nos seus compromissos. Todas as tentativas de reactivar o acordo falharam nos últimos anos.
As autoridades iranianas realizaram conversações em meados de Janeiro em Genebra, na Suíça, com representantes alemães, britânicos e franceses, que todos os lados descreveram como "francas e construtivas". JM