São Salvador - O Presidente salvadorenho, Nayib Bukele, anunciou que vai concorrer a um segundo mandato de cinco anos nas eleições gerais previstas para 2024, apesar de dúvidas sobre a constitucionalidade de uma eventual reeleição.
Bukele revelou a intenção num discurso transmitido pela televisão, durante as celebrações do 201.º aniversário da independência do país centro-americano, na quinta-feira.
"Depois de discutir com a minha mulher Gabriela e a minha família, anuncio ao povo salvadorenho a decisão de ser candidato à Presidência da República", disse.
Nas eleições de 2024, além de escolherem o chefe de Estado, os salvadorenhos irão eleger uma nova Assembleia Legislativa e as câmaras municipais dos 262 municípios do país.
O chefe de Estado admitiu esperar que "mais do que um país desenvolvido não concorde" com a decisão de concorrer a um segundo mandato.
No entanto, "não são eles que vão decidir, mas (...) o povo salvadorenho", sublinhou o líder de El Salvador, que, segundo várias sondagens, têm uma elevada taxa de aprovação entre o eleitorado.
Em 2021, o Supremo Tribunal de Justiça de El Salvador emitiu uma resolução permitindo que um Presidente sirva dois mandatos consecutivos, após a nomeação de novos juízes por parte de apoiantes de Bukele no parlamento.
A oposição e constitucionalistas defendem que a decisão judicial viola pelo menos quatro artigos da Constituição salvadorenha, que limita o mandato presidencial a cinco anos e afirma que o Presidente não pode continuar em funções nem mais um dia.
El Salvador está em estado de emergência desde o final de Março, após uma onda de assassínios que fez 87 vítimas.
Em resposta, a Assembleia Legislativa aprovou a suspensão de garantias constitucionais para dar poderes especiais ao executivo para lidar com a crise de segurança.