Moscovo - O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, comentou, esta quinta-feira, o novo pacote de ajuda à Ucrânia apresentado pelos republicanos da Câmara de Representantes dos EUA, afirmou que ao prestar assistência à Ucrânia, Washington provoca Kiev para continuar as hostilidades e lucra directamente.
Segundo o responsável, “devido às suas divergências políticas internas, Washington procura diferentes modalidades para continuar a fornecer ajuda à Ucrânia”.
“Em qualquer caso, em qualquer forma de prestação desta assistência, de facto, estamos a falar em provocar a Ucrânia a novas hostilidades até ao último ucraniano, garantindo assim lucros para os EUA", afirmou Peskov, quando comentava o último projecto de lei sobre a atribuição de ajuda financeira à Ucrânia, citado pela Tass.
O porta-voz do Kremlin disse ainda que "não importa o que digam, os americanos não se esquecem de si mesmos".
"E quaisquer regimes de ajuda garantem, em primeiro lugar, uma situação em que uma parte muito significativa dos fundos destinados permanece no complexo militar-industrial dos EUA, sendo depois paga sob a forma de impostos ao Estado americano, e assim por diante", acrescentou.
No entanto, Peskov sugere que isso não é capaz de "influenciar de forma alguma o desfecho da situação nas frentes". "Todos os especialistas vêem a olho nu a situação na frente longe de ser favorável para o lado ucraniano. Portanto, esta assistência americana não poderá mudar nada", sublinhou.
Recorde-se que os republicanos da Câmara de Representantes dos Estados Unidos (câmara baixa do Congresso) apresentaram na quarta-feira, um pacote de ajuda à Ucrânia no valor de 61 mil milhões de dólares (57 mil milhões de euros).
Duas propostas de lei diferentes prevêem também mais de 26 mil milhões de dólares (cerca de 24 mil milhões de euros) para ajudar Israel e vários milhares de milhões de dólares para Taiwan.
Estes documentos vão ser no sábado à tarde submetidos a votação na câmara baixa do Congresso norte-americano para desbloquear as verbas, tendo o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, apelado para uma decisão rápida.MOY/AM