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Nobel da Paz diz que prisão valeu a pena pela liberdade do Irão

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  • Luanda • Quinta, 06 Fevereiro de 2025 | 12h23
Bandeira da República do Irão.
Bandeira da República do Irão.
Divulgação

Teerão - A vencedora iraniana do Nobel da Paz, Narges Mohammadi, que passou mais de uma década presa e não vê os filhos há 10 anos, disse hoje que tudo valeu a pena em nome da liberdade no Irão.

Apesar de ter sido detida 13 vezes, condenada nove e de ter passado meses em celas do tamanho de um "túmulo", activista garantiu, em entrevista à agência espanhola de notícias EFE, que o mais importante é a "azadi" (liberdade em persa) dos iranianos.

"Liberdade para as mulheres e para todos os iranianos, liberdade de imposições políticas e liberdade para além das "ideias, pensamentos, raça, etnia e língua" de cada indivíduo, explicou a activista de 52 anos.

Admitiu que "isto é tão importante para ela que “acha que esta disposta a pagar um preço ainda mais elevado".

A entrevista decorreu por vídeo-conferência, a partir da sua casa em Teerão, já que Mohammadi saiu da prisão em Novembro, com uma licença de 21 dias para tratar da remoção de um tumor da sua perna.

No entanto, e embora o prazo da suspensão da pena já tenha acabado, a activista não voltou à prisão.

"Não acho que deva estar presa e não voltarei à prisão", assegurou, explicando que os seus advogados pediram uma prorrogação da sua licença, à qual o Ministério Público não respondeu.

Desde 2001 esteve presa várias vezes na temível prisão de Evin, onde passou 10 anos e onde foi sujeita a espancamentos, além de ter passado quatro meses em celas de confinamento solitário do tamanho de "um túmulo".

Tem ainda mais uma década de prisão pela frente pelo seu activismo pela democracia e contra a repressão das mulheres e a pena de morte.

Os esforços dos 'ayatollah' para a silenciar foram, no entanto, em vão: quando foi libertada, em Dezembro, gritou "olá, liberdade" e "mulher, vida, liberdade" - o 'slogan' dos protestos de 2022.

E desde que saiu da prisão, continua o seu activismo com mensagens nas redes sociais, entrevistas e participações, de forma remota, em fóruns internacionais.

"Pode haver mais acusações contra mim por causa de tudo isto, mas não me importo nada", garantiu.

Este activismo "indomável", tal como definido pela organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch, valeu-lhe o Prémio Nobel da Paz em 2023 "pela sua luta contra a opressão das mulheres no Irão e pela promoção dos direitos humanos e da liberdade para todos".

O prémio aumentou a sua visibilidade pública e a da sua causa, mas causou mais pressão por parte das autoridades iranianas: o seu telefone foi cortado, não foi autorizada a comparecer ao funeral do pai e foi-lhe negado atendimento médico durante meses, referiu.

Ainda assim, Narges Mohammadi reconhece que o preço mais elevado que pagou foi "perder" os seus filhos gémeos, de 18 anos, Ali e Kiana, que não vê há uma década e que receberam o Prémio Nobel em seu nome.

Mas, acredita que "também os seus corações batem pelo seu país, pelos seus compatriotas e para alcançar os ideais" que têm em comum e que, por isso, compreendem a situação.

Mohammadi acredita também que não é a única disposta a pagar um preço pela liberdade no Irão e aponta as mulheres que correm o risco de ser alvo de multas ou de ser presas por não usarem o véu islâmico, algo que se tornou um gesto de desobediência civil desde a morte de Mahsa Amini, em 2022, depois de ter sido presa por não usar o 'hijab' correctamente.

Para a activista, a imposição do véu é mais uma questão política do que religiosa, através do qual "é mantido o domínio" de metade da população para o estender aos restantes.

O Governo diz que já não pune as mulheres que não se cobrem, o que a activista vê como uma vitória para as mulheres iranianas.

O facto de verem mulheres na rua sem véu não é resultado da vontade do regime, é por vontade verem as mulheres, sublinhou, dando como exemplo a forma como os protestos pela "vida, mulheres, liberdade" continuam vivos, embora já não como manifestações.

"Estamos dispostas a pagar um preço, a pagar preços mais elevados para alcançar a liberdade", concluiu. GAR





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