Moscovo - O Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) russo desmentiu hoje as informações avançadas pelo jornal The Washington Post de que os Estados Unidos tinham advertido a Rússia sobre possíveis atentados terroristas na sala de concertos Crocus City Hall, em Moscovo.
Em conferência de imprensa, a porta-voz da diplomacia russa, Maria Zakharova, assinalou que Moscovo está habituado a declarações de Washington "que de seguida são desmentidas pelos próprios".
"Gostaria de pedir que nos apresentem factos concretos sobre esse assunto", respondeu a porta-voz a um jornalista que a questionou sobre o artigo publicado pelo The Washington Post, que citava fontes anónimas da administração dos Estados Unidos da América (EUA).
Zakharova insistiu que a parte norte-americana deve revelar "quando e a quem transmitiram a informação" sobre os planos dos terroristas de efectuar um atentado na sala de concertos russa, que em 22 de Março passado provocou pelo menos 144 mortos e mais de 500 feridos.
O secretário do Conselho de Segurança Nacional da Rússia, Nikolai Patrushev, insistiu hoje em culpar a Ucrânia e os EUA de envolvimento no ataque a uma das principais salas de concerto russas, onde no passado actuaram nomes como Plácido Domingo, Jennifer López ou Elton John.
O porta-voz do Kremlin (presidência russa), Dmitri Peskov, disse hoje desconhecer se os EUA avisaram a Rússia sobre um possível ataque no Crocus City Hall, por se tratar de uma informação "partilhada directamente entre os serviços especiais (de segurança)".
Até ao momento, já foram detidas 15 pessoas relacionadas com o atentado, quatro pela sua participação directa no tiroteio e explosões que ocorreram na sala de concertos.
O ataque foi reivindicado pela organização 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
Moscovo já admitiu que o atentado foi feito por um grupo de islamitas de origem tajique, mas tem insistido na referência a uma pista ucraniana, rejeitada por Kiev. MOY/JM