Telavive - O ministro da Defesa israelita, Israel Katz, ordenou ao Exército a preparação de um plano para permitir que os civis deixem a Faixa de Gaza, depois do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter defendido o controlo do enclave, expulsam a população.
"O povo de Gaza deve poder usufruir de liberdade de movimento e de imigração, como é habitual em todo o mundo", afirmou o gabinete de Katz através de um comunicado, noticiou o site Noticias ao Minuto.
Até ao momento, os únicos pormenores que surgiram sobre o plano indicam que Israel admite proporcionar várias opções de saída aos habitantes de Gaza, incluindo travessias terrestres, mas também por mar e ar através de "acordos especiais".
No memorando, Katz refere ainda que está a trabalhar numa outra proposta e "que vai levar muitos anos a concluir" para a reconstrução "de uma Gaza desmilitarizada, livre de ameaças na era pós-Hamas".
"O Hamas utilizou os habitantes de Gaza como escudos humanos e construiu infra-estruturas terroristas no coração das povoações, e agora mantém reféns, extorquindo-lhes dinheiro através da utilização de ajuda humanitária e impedindo-os de sair de Gaza", afirmou.
O ministro israelita afirmou que se países como a Espanha, a Irlanda e a Noruega se recusarem a acolher palestinianos, "a hipocrisia vai ficar exposta" depois de "terem feito falsas acusações contra Israel" desde o início da invasão israelita da Faixa de Gaza.
"Países como o Canadá têm um programa de imigração estruturado e já manifestaram anteriormente vontade de acolher residentes de Gaza", acrescentou.
Donald Trump propôs terça-feira, em conferência de imprensa em Washington com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, "assumir o controlo" da Faixa de Gaza e reconstruí-la, transformando-a na nova Riviera do Médio Oriente, depois de realojar definitivamente nos países vizinhos os palestinianos, que já rejeitaram esta ideia.
O Presidente norte-americano disse ainda que os residentes da Faixa de Gaza "ficariam felizes" por sair se tivessem a oportunidade de o fazer num "lugar agradável com fronteiras agradáveis".
O primeiro-ministro israelita considerou a ideia de Trump "extraordinária" e uma boa ideia, numa entrevista à estação de televisão norte-americana Fox.
"O que há de errado em permitir que os habitantes de Gaza que queiram partir possam partir? Eles podem sair, podem voltar mais tarde, mas é preciso reconstruir Gaza", disse Netanyahu.
Além da total rejeição da proposta por parte da Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) e de grande parte da comunidade internacional, o Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, recordou quarta-feira que "qualquer deportação ou transferência forçada de pessoas de um território ocupado é estritamente proibida". CQ/GAR