Luanda – As manifestações de centenas de milhares de pessoas ocorridas em 30 países, para condenar a ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza e exigir um cessar-fogo imediato, estiveram entre os principais factos noticiosos na área internacional da ANGOP nesta semana, que termina hoje (sábado).
Entre as cidades que acolheram os protestos destacam-se Washington, Paris, Berlim, Londres, Viena, Colombo, Amã e Hyderabad (Índia).
Em Washington, por exemplo, o centro das críticas dos manifestantes foi o Presidente norte-americano, Joe Biden, que foi rotulado como "Joe Genocida", por apoiar Israel e afirmar o direito do país a defender-se de agressões terroristas.
Já em Londres, decorreu a sétima Marcha Nacional pela Palestina, que contou com a presença do ex-líder do Partido Trabalhista Jeremy Corbyn e da presidente do partido irlandês Sinn Féin, Mary Lou McDonald.
Os participantes no protesto condenaram também a participação britânica nos bombardeamento pelos Estados Unidos e o Reino Unido de alvos Huthis no Iémen, em retaliação pelos ataques rebeldes a navios no mar Vermelho.
Em Joanesburgo, na África do Sul, a concentração decorreu em frente ao consulado dos Estados Unidos, e os participantes acusaram o país de cumplicidade com Israel por fornecer toneladas de equipamento militar.
"Vamos continuar aqui até podermos assegurar-nos de que haverá um cessar-fogo e ajuda humanitária suficiente para Gaza", declarou uma porta-voz da campanha de Boicote, Desinvestimento e Sanções da África do Sul, Roshan Dadoo.
A 07 de Outubro, combatentes do Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) - desde 2007 no poder na Faixa de Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel - realizaram em território israelita um ataque de proporções sem precedentes desde a criação do Estado de Israel, em 1948, fazendo 1.139 mortos, na maioria civis e cerca de 250 reféns, dos quais mais de 100 permanecem em cativeiro.
Em retaliação, Israel declarou uma guerra para "erradicar" o Hamas, que começou por cortes ao abastecimento de comida, água, eletricidade e combustível na Faixa de Gaza e bombardeamentos diários, seguidos de uma ofensiva terrestre ao norte do território, que entretanto se estendeu ao sul.
Outra matéria de destaque na semana que hoje termina foi o alerta da UNICEF sobre as quase 100 mil crianças no Afeganistão que precisam urgentemente de apoio, três meses depois dos terramotos que devastaram o oeste do país.
Um terramoto de magnitude 6,3 abalou a província de Herat a 07 de Outubro e um segundo forte terramoto atingiu a mesma província dias depois, a 11 de Outubro, matando mais de 1.000 pessoas.
A maioria dos mortos nos sismos nos distritos de Zinda Jan e Injil eram mulheres e crianças, e 21 mil casas ficaram destruídas, de acordo um comunicado da UNICEF.
Segundo a UNICEF, para satisfazer as necessidades humanitárias e básicas de 19,4 milhões de afegãos, metade da população, são necessários 1,4 mil milhões de dólares (1 dólar equivale a 828,776 Akz) este ano.
Para todo o Afeganistão, a UNICEF afirmou que 23,3 milhões de pessoas, incluindo 12,6 milhões de crianças, necessitam de assistência humanitária em 2024.
Fez igualmente eco no noticiário internacional o anúncio da União Europeia sobre a integração do líder do Hamas, Yahia Sinuar, responsável pelos ataques de 07 de Outubro a Israel, na lista de terroristas sujeitos a sanções, que entrou em vigor imediatamente.
Por outro lado, foi também acrescentado à lista ao militante extremista do Al-Shabab, na Somália, Ahmed Muller por ter participado em actos terroristas e em operações de combate.
Ambos ficam com bens que possuem na UE congelados e impedidos de entrar no bloco.
Na semana que termina, um grupo de investigadores da Direcção de Investigação Antimáfia italiana executou uma ordem emitida pelo Tribunal de Bari e confiscou bens num valor total de cerca de 1,6 milhões de euros a um empresário de Cerignola.
O empresário com várias condenações, que operava há décadas no sector de adulteração de azeite, escreve o la República, pode ser considerado, tendo por base as condenações e medidas de coação de que foi alvo no passado, um dos principais traficantes de azeite adulterado em Itália e em vários mercados estrangeiros.
A ordem foi emitida depois de os investigadores apurarem uma grande desproporção entre os rendimentos do empresário, o seu agregado familiar e o património acumulado.
Entre os bens confiscados estão uma empresa que opera no sector do azeite, três automóveis e três apartamentos, bem como um complexo imobiliário constituído pela fábrica da empresa e um terreno.
De notar que a adulteração de azeite, que também tem sido identificada em Portugal, tem sido um problema em Itália.
No início deste mês, por exemplo, a polémica instalou-se em Roma, quando uma investigação revelou uma vasta fraude com a utilização de azeite extra virgem contrafeito. JM