Caracas - O Presidente Nicolás Maduro anunciou hoje que o salário mínimo dos empregados públicos venezuelanos passa a ser de 100 dólares mensais, no mesmo dia em que os professores protestaram para exigir melhores ordenados.
"Decidi dar o passo de aumentar de 70 para 100 dólares o salário íntegro (com subsídios incluídos) dos trabalhadores, indexado (ao valor cambial do dólar), a partir de 1 de Fevereiro", disse.
O anúncio foi feito na Assembleia Nacional (Parlamento) durante o acto anual de apresentação de "memória e contas" correspondente ao ano de 2023.
Nicolás Maduro recordou que, em 2022, criou um bónus de guerra económica de 40 dólares, precisando que, a partir de Fevereiro, terá o valor de 60 dólares e que o subsídio de alimentação se manterá em 40 dólares.
O anúncio teve lugar no mesmo dia em que centenas de professores saíram às ruas de diversas cidades venezuelanas a protestar para exigir melhores salários.
Vários manifestantes explicaram aos jornalistas que os professores que melhor ganham recebem um salário de 600,89 bolívares, equivalentes a 15,26 euros.
O salário mínimo dos professores também foi aumentado para 3,30 euros, em Março de 2022, um valor muito inferior aos 456,50 euros que custa o cabaz básico alimentar mensal para uma família de cinco integrantes.
Vários empresários explicaram à Agência Lusa que, apesar de a Venezuela não ter aumentado oficialmente o ordenado mínimo, pagam actualmente mais de 120 dólares mensais aos trabalhadores com salário mais baixo, no sector privado.
No último trimestre de 2023, os empresários queixaram-se que as vendas foram inferiores às expectativas, inclusive no mês de Dezembro, situação que forçou a baixar os preços de alguns produtos, entre eles o cartão de ovos, que passou de 4,56 euros para 3,42 euros.
Na Venezuela, um café custa 2,30 euros, um quilograma de farinha de milho 1,10 euro, um quilograma de açúcar 1,35 euro e de massa 1,93 euro. JM