Caracas - O Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, anunciou o reinício, na quarta-feira, do processo de diálogo com os Estados Unidos, depois de ter recebido propostas para retomar as conversações durante dois meses, noticiou o site Notícias ao Minuto.
"Recebi uma proposta de dois meses contínuos do Governo dos Estados Unidos para restabelecer as conversações e o diálogo directo, depois de pensar nisso durante dois meses aceitei, na próxima quarta-feira as conversações com os EUA serão reiniciadas", disse Nicolás Maduro, na segunda-feira, no seu programa semanal de televisão.
Maduro salientou que esta nova ronda de negociações será para os Estados Unidos "cumprirem os acordos assinados no Qatar e restabelecerem os termos do diálogo com respeito, sem manipulação".
E acrescentou: "Além disso, devem ser diálogos públicos, sem especulações, não nos vamos esconder".
O Presidente venezuelano indicou que o líder do parlamento, Jorge Rodríguez, será o representante da nação caribenha neste processo de diálogo, juntamente com o governador do estado de Miranda (norte), Héctor Rodríguez.
"Vamos debater e procurar novos acordos para que se cumpra o que foi assinado no Qatar, quero diálogo, quero entendimento, quero um futuro para as nossas relações, quero mudanças, sim, sob a absoluta soberania e independência da Venezuela", disse.
Desde Março de 2022, quando uma delegação da Casa Branca se deslocou a Caracas para se encontrar com Maduro, as conversações entre os EUA e a Venezuela têm sido inconstantes e intermitentes.
As reuniões foram posteriormente repetidas em vários locais, com pelo menos uma segunda visita de uma missão dos EUA a Caracas.
Entre os acordos alcançados esteve o levantamento parcial das sanções dos EUA à Venezuela em Outubro passado, um alívio que foi revertido seis meses depois, quando Caracas - de acordo com Washington - não cumpriu os termos do Acordo de Barbados assinado com a oposição.
Um dos incumprimentos apontados pelos EUA é não terem sido levantadas as desqualificações de todos os políticos da oposição venezuelana sob sanções administrativas, como a líder María Corina Machado, que não pode concorrer às eleições presidenciais de 28 de Julho devido a esta medida.
No entanto, a Venezuela obteve a libertação do empresário colombiano Alex Saab, que esteve detido em Miami até Dezembro passado, em troca da libertação pelas autoridades venezuelanas de cerca de 30 pessoas classificadas como presos políticos.CS