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Lula apresenta hoje no G20 aliança para a "erradicar" a fome

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  • Luanda • Quarta, 24 Julho de 2024 | 10h21
Lula da Silva, presidente do Brasil, durante a conferência  de Imprensa
Lula da Silva, presidente do Brasil, durante a conferência de Imprensa
Francisco Miúdo-ANGOP

Brasília - O Presidente brasileiro, Lula da Silva, vai apresentar hoje no Rio de Janeiro a Aliança Global contra a Fome e a Pobreza junto dos representantes das 20 maiores economias do mundo, para "erradicar de uma vez por todas" este flagelo, noticiou o site Notícias ao Minuto.

"A criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é um projecto ambicioso que representa o compromisso brasileiro com o objectivo de erradicar de uma vez por todas a fome e a pobreza", afirmou, o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, em conferência de imprensa, no Rio de Janeiro, onde decorrem durante esta semana várias reuniões ministeriais do G20.
 
A Aliança vai ser lançada numa reunião que contará com a presença de ministros de vários países, entre os quais o ministro dos Negócios Estrangeiros português, Paulo Rangel, e passará a estar aberta a adesões, com a expectativa de que seja definitivamente lançada em Novembro, durante a Cimeira de Líderes do G20, também no Rio de Janeiro.

Aberta a todos os países, esta iniciativa procura coordenar acções e parcerias técnicas e financeiras para apoiar a implementação de programas nacionais nos países que aderirem à proposta e ainda o financiamento de políticas públicas para a erradicação da fome e da pobreza no mundo. 

Em entrevista à imprensa estrangeira, em Brasília, na segunda-feira, Lula da  Silva afirmou que "a fome e a pobreza são um fenómeno do comportamento humano, ou seja, dos dirigentes políticos.
"Então, a ideia de a gente criar essa coisa importante da aliança global contra a desigualdade e a fome é a razão principal, o tema principal do G20", frisou.

As bases da aliança foram aprovadas por consenso por mais de 50 delegações, incluindo os membros do G20, o fórum que reúne as maiores economias do mundo, além da União Europeia e da União Africana, países convidados e organizações internacionais.

Entre os documentos consensuais estão os "Termos de Referência e Estrutura de Governança da Aliança", os critérios para a composição da das políticas públicas que serão apoiadas pela Aliança e o modelo das declarações de compromisso que todos os membros da iniciativa terão que assinar.

De acordo com o Governo brasileiro, a parceria proposta não parte do zero, pois a intenção é ajudar os países a cumprir os compromissos assumidos em 2015, quando, a pedido da ONU, aprovaram os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável.

O ministro do Desenvolvimento Social do Brasil, Wellington Dias, explicou que a ideia é que cada país elabore o seu próprio plano e defina as suas metas de combate à fome e à pobreza, e que a Aliança ajude a cumpri-las com dotações financeiras e também com tecnologias e conhecimentos.

Os membros da Aliança também estão a considerar a criação de um fundo global de combate à fome.

A iniciativa começou a ser discutida na cimeira dos chefes de Estado do G20 do ano passado, em Nova Delhi, quando os membros do G20 aceitaram a proposta de Lula da Silva de incluir pela primeira vez o tema da erradicação da fome na sua agenda.

Em 2022, de acordo com as Nações Unidas, cerca de 750 milhões de pessoas no mundo passavam fome.

Antes da apresentação de Lula da Silva, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) divulga no Rio de Janeiro o relatório anual sobre o estado da segurança alimentar e da nutrição no mundo.

O relatório fornece os dados mais actualizados sobre a fome, a segurança alimentar e a nutrição a nível mundial, e inclui estimativas do custo e do acesso a regimes alimentares saudáveis para toda a população mundial.

O documento descreve os actuais níveis de financiamento, bem como o  défice existente de segurança alimentar e  nutrição no mundo.

Fornece também orientações sobre opções de financiamento inovadoras para enfrentar os principais factores que ameaçam a segurança alimentar e directrizes sobre as transformações dos sistemas agro-alimentares necessárias para libertar o mundo da fome.CQ/CS
 





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