Roma - O Tribunal Penal de Turim condenou segunda-feira, a 23 anos de prisão o líder anarquista Alfredo Cospito, que desde Maio de 2022 está sujeito a rigoroso regime de isolamento prisional, e tinha sido condenado à prisão perpétua, anunciou a agência EFE.
A sentença, proferida em tribunal de recurso, segue-se a fortes protestos em que grupos de anarquistas vandalizaram edifícios diplomáticos italianos em Espanha, Grécia e Alemanha, quando Cospito ter estado em greve de fome, entre Outubro de 2022 e Abril último.
O caso envolveu o Supremo Tribunal e o Tribunal Constitucional que se pronunciaram de forma diversa sobre a colocação de Alfredo Cospito no regime de isolamento prisional conhecido como "41Bis" e é geralmente reservado aos mafiosos e aos criminosos mais perigosos.
Cospito foi colocado naquele regime de isolamento em Maio de 2022.
O líder da Federação Informal dos Anarquistas (FAI) foi condenado em primeira instância a nove anos e cinco meses de prisão por ter atacado um executivo de uma empresa, em 2012, e ainda a mais 20 anos de prisão por um ataque com dois pacotes, bomba a uma escola de oficiais da polícia, em 2006, do qual não resultaram feridos, segundo a agência EFE.
Porém, no ano passado, o Supremo Tribunal considerou que o ataque tinha um objectivo subversivo que é punível com prisão perpétua e sem possibilidade de revisão da pena.
A posição do Supremo foi bastante criticada no meio político com o caso a chegar ao Tribunal Constitucional que em Abril último deu razão ao anarquista, anulando a regra que impedia a apreciação de circunstâncias atenuantes.
O processo acabou por voltar ao tribunal de Turim que, apesar de os procuradores continuarem a pedir prisão perpétua, acabando por fixar a pena, em decisão final, em 23 anos de prisão. CNB/GAR