Moscovo - O jornalista e escritor Mikhail Zygar e a activista dos direitos das mulheres Darya Serenko figuram actualmente numa lista de procurados pela Rússia, desde que o país invadiu, em Fevereiro de 2022, a Ucrânia.
Os dois fazem parte de pessoas acusadas pelo Ministério do Interior russo por acções criminosas, anunciou hoje o órgão de comunicação social independente russo Mediazona.
Mikhail Zygar, que é autor de livros e director fundador do canal de televisão independente russo Dozhd, deixou a Rússia após a invasão da Ucrânia e foi declarado "agente estrangeiro".
Relatos não confirmados divulgados na imprensa russa no início deste ano apontam que Zygar pode enfrentar acusações de publicação nas redes sociais de alegadas informações falsas sobre o exército, nomeadamente sobre as atrocidades russas em Bucha, um subúrbio perto de Kiev que esteve ocupado durante várias semanas pelas forças de Moscovo.
A divulgação de informações falsas sobre o exército é um crime punível com até 15 anos de prisão, ao abrigo de uma lei adoptada dias depois de Moscovo anunciar o que designou como uma "operação militar especial" na Ucrânia.
Por seu turno, Darya Serenko, uma activista e co-fundadora do grupo Resistência Feminista Anti-guerra, vive actualmente na Geórgia.
Tanto a activista como o grupo que fundou foram classificados como "agentes estrangeiros", um rótulo que permite um maior escrutínio pelas autoridades.
Milhares destes críticos foram já multados ou sumariamente presos. DSC/JM