Londres - O primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, afirmou na quarta-feira que nenhum chefe de Governo britânico poderá aceitar os termos da futura relação bilateral propostos pela União Europeia para o acordo que entraria em vigor após a oficialização do Brexit.
As declarações do chefe de Governo foram dadas pouco antes do encontro com a presidente da Comissão Europeia (CE), Ursula von der Leyen, num jantar marcado para Bruxelas, na Bélgica, sede do Executivo comunitário.
"Os nossos amigos na União Europeia estão a insistir que, se no futuro aprovarem uma nova lei que nós, neste país, não quisermos cumprir ou com a qual não concordamos, eles terão o direito automático de nos punir e retaliar", disse Jonhson.
O governante também considerou que a UE está a pressionar para que o Reino Unido seja "o único país do mundo que não teria controlo soberano sobre as suas águas pesqueiras", ao se referir a um dos impasses da negociação.
"Não creio que esses sejam termos que qualquer primeiro-ministro deste país deva aceitar", garantiu.
Johnson afirmou que o Reino Unido "vai prosperar poderosamente", mesmo que daqui 22 dias rompa os laços com o bloco da União Europeia, sem ter chegado a um acordo sobre as relações no futuro.
Segundo cálculos do Escritório de Responsabilidade Orçamentária Britânica, um órgão independente do Governo local, o Brexit sem acordo reduziria em dois por cento o PIB do Reino Unido já em 2021, quando a relação económica com a UE seria ditada pela Organização Mundial do Comércio (OMC).